Bom dia amigos leitores
* Capítulo 14 – Dia 13 da viagem (18/02/24) – Domingo
E lá fomos para o último domingo de estrada. Muitas surpresas, muitas paisagens interessantes e muito turismo…
* Deixando a Meca dos vinhos…
O domingo amanheceu com temperaturas amenas, pois a intensa chuva da noite anterior puxou os termômetros para baixo; se anunciava um ótimo dia para motoquear…. Ledo engano! Em pouco mais de uma hora a temperatura começou a subir e subir… Foi um dos dias mais quentes de nossa aventura…
Saímos de Mendoza, a 746 m de altitude, com uma população de mais de um milhão de habitantes, em direção à cidade de Mina Clavero, à 915 m acima do nível do mar, e com um população de menos de vinte mil habitantes.
Apesar de estarmos ainda em relativa altitude, na medida em que nos afastávamos de Mendoza começamos a notar uma interessante mudança na paisagem, deixando o intenso deserto para trás e passando para um meio geográfico intermediário em direção ao pampa e sua característica vegetação. Essa nova paisagem nos acompanharia a partir de agora até praticamente o fim de nossa viagem.
* Perrengue e aprendizagem
Como era um domingo, as estradas estavam relativamente vazias, e a viagem transcorria de forma tranquila, em uma velocidade de cruzeiro que nos permitia tirar fotos e apreciar a paisagem.
Até que, ao pararmos em um posto de abastecimento, a corrente da moto do Chico escapou e não houve Cristo que a fizesse voltar para o lugar… Mais de hora de espera de alguém que aparecesse no posto de combustíveis para nos ajudar. Daí que nos indicaram uma borracharia nas proximidades que, talvez, estivesse aberta (todas as demais indicações estavam fechadas, pois era domingo). Para nossa sorte a senhora dona da borracharia não só nos atendeu como tinha até as chaves necessárias para fazer os devidos ajustes na motocicleta…
Mais uma hora de lida daqui, aperta dali, afrouxa e aperta de novo, vai embora e volta, e ufa!, conseguimos colocar a corrente e ajustá-la de forma minimamente satisfatória. E bora para a estrada… Ah, a senhorinha dona da borracharia não nos cobrou nada, mas se lhes demos uma polpuda cortesia financeira, afinal, não fosse ela, teríamos que esperar até o dia seguinte para sermos atendidos em uma oficina mecânica…
Para mim foi uma boa aprendizagem, pois nunca tinha apertado a corrente de uma moto (a minha não tem corrente, mas correia que não necessita de ajuste…), e agora sei das chaves e dos procedimentos necessários.
* Mina Clavero
É uma pequena cidade de médias altitudes, com população de aproximadamente 20.000 hab, mas que, pela época em que nos encontrávamos, época de férias na Argentina, e por ser uma cidade turística, possuindo muitas e muitas praias de rio, rio muito pedregoso, mas rio, estava literalmente lotada. Só para o amigo leitor ter uma ideia, na rodovia de acesso à cidade passamos por dezenas, ou melhor, centenas de campings, hotéis, holstels e pousadas.
No centro da cidade também havia uma enormidade de bares, restaurantes, hotéis e pousadas. A rua principal, centro turístico da pequena cidade, devia ter uns quatro quilômetros de extensão, com comércio voltado ao turismos em ambos os lados.
Chegamos lá à tardinha e fomos logo nos instalar, afinal, estávamos cansados, suados, desidratados… Chegamos no primeiro hotel que encontramos no centro da cidade, hotel Los Aromos, e como havia uma vaga, com garagem e internet, ali ficamos. Notícia boa era que o hotel tinha piscina. Depois de um dia de intenso calor, era exatamente o que precisávamos: ficar de molho ao menos umas duas horas…
Porém, e sempre há poréns, logo que o calor me obrigou a ir para o merecido e justo banho na enorme piscina, uma surpresa: a água era muito, mas muuuuito gelada, ahahahahah. Como a piscina estava cheia de hóspedes, e visto que todos viram eu chegar, fiquei encabulado de refugar o desejado banho, tendo que encarar as gélidas águas, ahahahahahahah. Dez minutos depois eu já disparava, ahahahahahahah.
E depois fomos turistar… Souvenires, passeios, fotos, caminhadas, uma bebidinha, que ninguém é de ferro, e uma merecida janta. Mais uma vez o sono veio fácil.
No dia seguinte partiríamos para a cidade de Santa Fé, passando por Córdova. Não sem antes termos que “escalar” um enorme paredão rochoso que ficava no caminho (no meio do caminho tinha uma pedra, kkk).
Durante o jantar um friozinho na barriga: estávamos apenas a quatro noites de casa. Nossa viagem se encaminhava para seu termo, snif, snif, snif…
* Não aprendemos com a pandemia nem com a tragédia do tempo. Será que algum dia aprenderemos?
Essa pergunta está sendo feita com muita frequência a propriedade.
Quando ocorreu a pandemia de COVID, que praticamente engessou a humanidade por quase dois anos, pensamos: o ser humano está recebendo uma grande oportunidade para se tornar mais humano, mais solidário, mais amável… Infelizmente não foi o que se viu!
Agora, com as tragédias que a meio ano nos assolam, pensamos o mesmo: eis aí nova oportunidade de nos pensarmos como humanos… Porém, mais uma vez o que se vê são pessoas se aproveitando do sofrimento alheio para obter vantagens, aplicar golpes e se beneficiar.
Como pode alguém querer se dar bem com a dor do outro?
Até que ponto esses atos insidiosos são atos isolados, questões pontuais que não representam a boa vontade e a disposição da maioria?
Tem mais!
Como podem pessoas fazerem circular verdades mentirosas pelo simples prazer de mostrar sua contrariedade aos governos democraticamente estabelecidos? A ignorância não tem limites?
São tantas perguntas, tão poucas respostas…
Fé, força, esperança, respeito, determinação e polícia nos vagabundos. Eis aí o que, neste momento, poderá fazer a diferença.
Bom fim de semana, apesar dos pesares, e até à próxima, se Deus quiser.
PS: não vou escrever sobre futebol que é para não estragar o fim de semana, ahahahahahah