quarta-feira, setembro 18, 2024
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BRENO PIRES MOREIRA

Bom dia amigos leitores

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* E viva o Esporte (assim, com letra maiúscula)

Termina domingo, 11, os XXXIII Jogos Olímpicos dos Tempos Modernos, ou Jogos Olímpicos de Paris, ou ainda e apenas Olimpíadas. 

Para quem gosta de esporte, e daí eu não falo apenas (ou quase nem falo) em futebol, é um ótimo período, pois os meios de comunicação, em especial a televisão, ficam inundados de jogos, de notícias, de programas especializados e de reprises. E eu estou entre esses “para quem gosta”.

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Este ano o fuso horário de Paris, França, cinco horas a mais que o Brasil, permitiu um pouco mais de imersão na assistência dos jogos, pois muitos (jogos) ocorreram no final da madrugada, então levantar um pouco mais cedo que o usual se tornava interessante, e logo após o anoitecer, quando se chegava em casa depois de um dia de labuta e a televisão se tornava atrativa.

E este fim de semana, até o encerramento dos jogos, promete muitas emoções.

* Por falar em emoções…

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Esses têm sido os jogos do choro, pois em edições anteriores não me pareceu haver tanta emoção à flor da pele.

Choram atletas que ganharam, choram os que perderam, chora a comissão técnica, chora a torcida, choram os repórteres, os comentaristas, chora todo mundo. É muita emoção! Haja coração!!!

* Entendendo o chororô!

No caso dos atletas e comissão técnica entendo o choro, as manifestações emocionadas, os apelos emocionais…

Ninguém se torna atleta de ponta, ninguém chega a “olímpico”, sem que haja um grau de dedicação que escapa à concepção e ao conhecimento do cidadão comum. 

A palavra de ordem para se chegar a tamanho grau de competitividade é, fazendo dupla com a dedicação, renúncia: renúncia a uma vida normal, de uma rotina normal, em que se fazem coisas normais.

O cotidiano de um competidor de tal nível, ao menos da maioria deles, é resumido a treinos e mais treinos, competições e mais competições, e uma vida social (e muitas vezes familiar) praticamente relegada a um fator de somenor importância… A isso soma-se uma vida extremamente regrada de atividades físicas, de apoio psicológico a fim, plano de alimentação balanceada, horas de lazer confundindo-se com momentos de descanso… E tudo isso muitas vezes sem ou com muito pouco apoio financeiro. 

Vai daí que, então, quando conseguem vencer uma competição, e uma olimpíada é a maior de todas as competições, todo sacrifício, toda dedicação e renúncia passa a justificar-se, e então, a emoção do choro é para mostrar que tudo valeu à pena.

Quando a derrota é que se faz companheira, da mesma forma a emoção está ali para mostrar que toda dedicação e toda renúncia não foram suficientes para levar ao prêmio maior. E se o desportista derrotado fez seu melhor, ainda assim deve se sentir regozijado pelo sentimento de missão cumprida, daí que se emociona também e mais ainda… É o choro da frustração!

Os que não são atletas se emocionam (muito) também por que sabem deste sacrifício, sabem que em nosso país o apoio aos esportes não é uma política pública de respeito, sabem que atletas de nível são raras exceções… Esses se emocionam com a emoção…

* Adversário sim, não inimigos…

É interessante ver que os jogos olímpicos permitem muitas vezes que atletas de países que são historicamente rivais, adversários na geopolítica mundial, inimigos mesmo às vezes, se enfrentem com respeito e comprometimento. Ao final da disputa têm que se cumprimentar… O mesmo vale para árbitros.

O adversário que vence entende a emoção do que perde, sabe os sentimentos que estão envolvidos no momento, até por que todo atleta que se torna um olímpico tem em sua carreira um sem-número de derrotas também. Já passou por isso, então sabe qual é a dor…

* Ninguém ganha de véspera…

Essa máxima do esporte é cada vez mais regra do que exceção. E em Paris não está sendo diferente.

Muitos “candidatíssimos” ao ouro ou foram eliminados nas classificatórias, ou nos mata-mata ou ficaram com o bronze… E a expectativa parece, para muitos, muito mais cruel do que a realidade. Expectativa não confirmada, claro.

Só para se ter uma ideia, o time de basquete dos Estados Unidos, o Dream Time (time dos sonhos), quase perdeu a semifinal para o da Sérvia… Para um time considerado imbatível, ganhar nos últimos segundos por uma diferença de apenas quatro pontos foi terrível… Se perdem é uma catástrofe. 

Muitos lutadores, muitos ginastas, muitos nadadores, muitas equipes não confirmaram o favoritismo… Muitos outros precisaram “suar (muito) a camiseta” para confirmá-lo…

* E o Brasil?

Na minha humilde leitura do fatos, o Brasil continua sendo muito o Brasil de sempre no que diz respeito às Olimpíadas.

Nunca fomos destaque como nação olímpica, mas agora a coisa piorou, pois perdemos aquele “favoritismo” de ao menos figurar entre os grandes em alguns esportes, em especial o futebol masculino (um verdadeiro fiasco, pois nem se classificou para as Olimpíadas), o voleibol masculino (cuja eliminação precoce não me surpreendeu) e o voleibol de praia masculino.

Quando entrego esta coluna, na noite de quinta, algumas medalhas ainda serão disputadas, mas o que vi até o momento foram vitórias pontuais: o judô, sempre forte, o tae-kwon-do sempre presente, a ginástica feminina, sempre entre as melhores, o skate, a novidade que é a cara do Brasil, o surfe, pois não é à toa que nossos atletas estão entre os melhores do mundo.   

Surpreso eu fiquei com o futebol feminino que vai disputar o ouro… Bastou dar chances às “novatas” para superar a “martadependência”… Espero que na final a comissão técnica mantenha a mesma clareza de espírito e use nossa veterana como uma coringa, e não como carta principal…

O voleibol feminino perdeu a semifinal e vai disputar o bronze. Espero que ganhe, pois qualidade as gurias têm; e a derrota para os Estados Unidos, da forma como ocorreu, faz parte do percurso (caberia uma coluna inteira para analisar as questões técnicas desse jogo…). 

A vela, que sempre ganhava uma medalha, pela primeira vez desde Barcelona (1992) não ganhou nenhuma… 

Saldo muito positivo é que, até o momento, a maioria da medalhas brasileiras foram ganhas por mulheres 

* E o futebol…

Confesso que nunca fui um grande apreciador do futebol. Isso não é novidade para o amigo leitor, certo? 

O atual nível do futebol apresentado pelo meu Colorado (apresentado nos últimos anos, quero dizer) fez com que eu me importasse menos ainda…

O futebol virou mercadoria. Os interesses e a comercialização do produto estão se sobrepondo à paixão clubística. 

A ausência do futebol brasileiro nas Olimpíadas apenas reforça essa ideia de que no Brasil o que menos importa para o futebol é o futebol propriamente dito. 

Continuo acompanhando meu Inter, claro, flauteando os coirmãos, rindo da flauta deles, e dividindo as “angústias”, ahahahahahah, com os companheiros de torcida, mas já não invisto meu tempo em frente à televisão; o radinho continua sendo a companhia para essas horas… Como brincadeira ainda vale… O que não pode é virar sofrimento, certo?

Pensemos nisso.

Bom fim de semana e até à próxima, se Deus quiser.

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