sexta-feira, outubro 4, 2024
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Estiagem preocupa secretaria da Agricultura de Passo do Sobrado

“Se chovesse desafogaria os serviços em 80% na secretaria”, disse José Loreno

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A estiagem que iniciou em 15 de novembro de 2019, onde até o momento, não ocorreram chuvas significativas para amenizar a forte radiação do sol sobre as plantações, e também sobre as pastagens e os animais, vem a cada dia mais preocupando o setor agrícola em Passo do Sobrado. O município que tem em sua base econômica, em torno de 85% de toda a arrecadação oriunda da agricultura, já registrava, segundo dados da Emater, em 06 de janeiro de 2020, perdas superiores a R$ 9 milhões. Hoje, devem ultrapassar os R$ 10 milhões.

Nesta semana a reportagem do Jornal Gazeta Popular conversou com o Secretário Municipal de Agricultura José Loreno Baierle, o qual falou da sua preocupação com a situação da agricultura e das perdas que estão ocorrendo no município de Passo do Sobrado.

Para José Loreno, “desde o início do ano, quando o município decretou situação de emergência, referente a estiagem, a secretaria de Agricultura passou a atender as propriedades rurais com serviços de açudagem, para garantir o abastecimento de água em caso de permanência da estiagem”, contou José Loreno.

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Segundo o Secretário de Agricultura, na segunda-feira, dia 17, foi mudada a forma de atendimento aos agricultores, sendo que, se os mesmos não possuem pendências na prefeitura, o atendimento será feito de imediato. “Necessitávamos uma maneira para agilizar o atendimento aos agricultores, onde antes era feito pela solicitação junto a secretaria, e seguia o cronograma. Conseguimos desde que assumimos, colocar o serviço em dia. Mas ainda via a necessidade de atender todos os agricultores. No final de janeiro, mesmo já tendo alcançado a demanda de todas as localidades, acreditava que iria chover, e poderia voltar a disponibilizar diversos outros serviços na secretaria, mas isso não ocorreu, a situação piorou e a cada dia que passa, diminui a quantidade de água nas propriedades rurais, e consequentemente aumenta a solicitação de açudagem”, disse José Loreno.

José Loreno, comentou que a secretaria realiza os serviços de aterro e arrancar toco, preferencialmente nas sextas-feiras, porém devido a necessidade está dando preferência ao serviço de açudagem. “Infelizmente não choveu, isto fez com que a demanda/procura pelos serviços de açudagem dobrassem.  Na situação que estamos enfrentando, de seca, cada dia que passa é pior.  Os agricultores que possuam bloco em sua propriedade rural, podem fazer encaminhamento de serviço. Quem não possuir bloco, pode utilizar o CPF”, disse o Secretário.

Os interessados devem  procurar  a Secretaria da Agricultura, localizada na rua Antônio Edmundo Kroth, para realizarem um cadastro, seguido do agendamento. Atualmente, existem aproximadamente 40 pedidos pelo serviço por ser realizado.

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O valor da hora, por serviço prestado é de R$ 85 reais. O secretário da agricultura, estima que cada propriedade onde é realizada a limpeza de açude e/ou o afundamento, leva de 2 a 3 horas de serviço.

Já foram realizadas, desde o início de 2020, o total de mais de 240 horas de máquinas, somente na secretaria da agricultura. E mais de 120 horas de trator. “Isso nos mostra que estamos desenvolvendo um constante trabalho, favorecendo os colonos. Não posso priorizar ninguém, não é justo deixar um esperando, no momento em todos estão na mesma situação. Estamos enfrentando um ano atípico, e estamos trabalhando intensamente para atender todos os serviços de açudagem,”  disse José Loreno.

Providencias a serem tomadas se estiagem persistir:

Segundo o secretário, “não gostaria que fosse necessário adotar medidas drásticas, mas em caso de continuidade da estiagem e houver necessidade de levar água até os agricultores, necessitaremos da contratação de um caminhão pipa. Os agricultores que necessitarem de água, devem ter um local adequado para armazenar a mesma. Não colocaremos água em poço ou cacimba, somente em caixa ou local que não ocorra fuga de água”, falou José Loreno.

Os prejuízos

Segundo levantamento feito ainda em janeiro pelos técnicos da Emater de Passo do Sobrado, os prejuízos somam mais de R$ 9 milhões, e ainda podem ser maiores. “Daqui para frente, teremos mais prejuízos. Os produtores, principalmente de leite, não estão conseguindo fazer as pastagens de inverno. Com isso, vai chegar o inverno e não terão o que tratar aos animais, principalmente com pastos. Até agora conseguiram segurar com a silagem que estava pronta. Aumentou o custo de produção do leite, mas os agricultores mantiveram a produtividade”, comentou Wagner Soares chefe da Emater de Passo do Sobrado.

Quanto aos prejuízos Wagner disse que podem já ultrapassar a casa dos 10 milhões, principalmente se ocorrer perdas maiores nas lavouras de soja.

Já o secretário de Agricultura José Loreno, lamentou, “mas os danos causados pela seca, ainda estão por vir. A perca de animais que estão bebendo uma água imprópria e comendo pastos ressecados, produção de milho para consumo, assim como para silagem sem grão, apenas palha. E o arroz, que necessita de água, para formar o grão. Os animais que neste período, eram para estar saudáveis, pois em outros anos seria época propicia para pastos verdes. Hoje estão fracos e temos um inverno pela frente. É claro que, esse prejuízo que o agricultor vem tendo, chegará as pessoas que vivem na cidade”, finalizou José Loreno Baierle, secretário de Agricultura de Passo do Sobrado.

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