Mais de 10 mil produtores rurais de todo o estado estiveram reunidos em Rio Pardo
Rosibel Fagundes
O Parque da Expoagro Afubra, em Rincão Del Rey, Rio Pardo, sediou na última sexta-feira, 19, a segunda mobilização do SOS Agro RS. O movimento em favor da agropecuária gaúcha prejudicada pelas enchentes de maio, pretende aumentar a pressão sobre o governo federal para ter soluções para o endividamento dos produtores decorrente de anos de estiagens e das perdas com as cheias de maio.
A programação que teve início às 10h30, encerrou às 16 horas, contou com a presença de caravanas de diversos municípios, mais de 10 mil pessoas estiveram pessoas, entre produtores e pecuaristas, representantes de entidades ligadas ao setor, deputados estaduais, federais e senadores.
Para o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcilio Laurindo Drescher, o encontro é de vital importância para os milhares de produtores rurais gaúchos que foram atingidos pela catástrofe climática de maio. “É preciso que o Governo Federal olhe com muito cuidado e trabalhe com as entidades ligadas ao meio rural na busca por soluções e auxílios aos produtores. O momento é de incerteza e precisamos fazer com que o produtor possa reparar os danos em suas propriedades e, ao mesmo tempo, possa planejar e executar as novas safras, independentemente de quais as culturas com que trabalha”.
De acordo com uma das organizadoras do SOS Agro RS, a produtora rural Luciane Agazzi, da cidade de Tapes, os agricultores e pecuaristas ainda não tiveram medidas concretas para solucionar o problema.
“No dia 04 de julho, tivemos a mobilização em Cachoeira do Sul, onde pedimos uma resposta do governo perante as dificuldades do setor de agricultura e pecuária gaúcha, damos um prazo até o dia 15 de julho para se manifestarem, e como não tivemos um retorno favorável, uma nova manifestação foi realizada”, esclarece.
Segundo ela, o Movimento SOS Agro RS está sendo conduzido pelos agricultores gaúchos com o apoio da Fetag e Farsul que fazem a interlocução com o Governo Federal. “A gente busca junto com o pleito destas federações, que é a prorrogação de parcelas de dívidas de custeio, investimento e comercialização por 15 anos, com dois anos de carência com taxas de juros de 2% a 3% ao ano. Não queremos nada de graça, mas com juros que se consiga pagar o que se deve. Isso vem protelando de três anos de seca e um de enchente, então são quatro anos que o pessoal não está colhendo e nem conseguindo honrar as dívidas”, afirma.
O pedido é totalmente amparado pelo manual do Crédito Rural e pela Constituição Federal, explica. “O produtor rural contrai uma dívida para plantar uma lavoura que ele estima colher, porém não se consegue controlar o clima. Não conseguindo produzir por questões climáticas, ele tem o direito de renegociar estas dívidas por um tempo hábil que ele consiga pagar. Então, pedimos uma medida provisória ao governo para que ele resolva esse problema”, enfatiza.