ALERTA
Os óbitos ocorreram em Tenente Portela e em Santa Cruz do Sul
Rosibel Fagundes
A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS) está em alerta devido ao crescente número de casos confirmados de dengue no estado. Somente em 2024, foram registrados 5.163 notificações de casos suspeitos de dengue, sendo que 2.534 estão confirmados. Dois óbitos por dengue também foram confirmados — um em Tenente Portela e outro em Santa Cruz do Sul. Dos 497 municípios gaúchos, 466 municípios estão infestados pelo mosquito Aedes aegypti, o que representa 93% do território gaúcho.
De acordo com a secretária da Saúde, Arita Bergmann, a situação atual é descrita como uma epidemia, demandando esforços conjuntos para combater a proliferação do mosquito. Segundo ela, não há uma explicação para alguns municípios estarem sendo mais afetados que outros, pois, em todo o Estado há a presença desse vetor, que é o mosquito da dengue. Entre os municípios com maior número de casos confirmados está Tenente Portela são 821 notificações e 805 diagnósticos positivos. A maioria deles — 800 casos — autóctones, ou seja, contraídos dentro do município.
Na região do Vale do Rio Pardo são 200 casos suspeitos da doença e 13 confirmados nos municípios de Santa Cruz do Sul (8), Venâncio Aires (3) e Vera Cruz (2). O número de casos descartados chega a 59, outros 128 estão em investigação. Os dados foram repassados pela da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (13ªCRS), na última quarta-feira, 07. De acordo com o coordenador de Atividades Ambientais da 13ª CRS, Luís Casseres, ações estão sendo intensificadas para conter a infestação.
“O mosquito tem alta capacidade de replicação, e sem o empenho de todos (100% da população) ainda continuaremos a verificar os altos índices de infestação e grande risco para a transmissão do vírus. Estamos estruturando nas delimitações das áreas mais críticas com intensificação das visitações domiciliares e mutirões de limpeza conforme os planos de contingência para sensibilização da comunidade de eliminação mais intensa de depósitos ou criadouros do mosquito”, esclarece.
Na tarde da última quarta-feira,07, o governador Eduardo Leite, acompanhado pela titular da Secretaria da Saúde, Arita Bergmann, e de diretores do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), participou de uma reunião virtual com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sobre a situação da dengue nos estados e aproveitou para reforçar o pedido para que sejam realizados esforços no sentido de possibilitar o avanço seguro e ágil da produção das vacinas que vem sendo estudadas.
“A vacina pode não ser a solução definitiva, mas há muita expectativa em torno dela, especialmente no que se refere àquela produzida pelo Instituto Butantan, por se tratar de dose única. Então, peço que tenhamos o mesmo esforço que tivemos durante a covid-19, com toda a segurança necessária, para serem realizados os processos de testagem, registro e disponibilização, e assim podermos viabilizar essas vacinas para nossa população”, disse o governador.
Óbitos no Estado
Nesta semana a SES/RS confirmou duas mortes por dengue no estado. A primeira delas, de uma mulher de 71 anos, moradora de Tenente Portela que tinha comorbidades. A vítima faleceu no dia 31 de janeiro, porém, a confirmação da causa da morte só foi divulgada na segunda-feira, 05. A segunda morte foi de um homem, de 65 anos, residente em Santa Cruz do Sul. Ele possuía comorbidades, de acordo com a SES, e faleceu dia 1º de fevereiro.
Principais sintomas da dengue
A SES reforça a importância de que a população procure atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas evitando o agravamento da doença e consequentemente a evolução para o óbito. Os sintomas da dengue são variados, mas as manifestações mais comuns são: eritema (mancha vermelha parecidas com alergia); dor no corpo; mialgia (dor muscular); fadiga; dor de cabeça; dor no fundo dos olhos; febre (maior que 38,5ºC); perda de apetite e dor abdominal.
Prevenção
A população deve tomar medidas de prevenção à proliferação e à circulação do mosquito Aedes aegypti, limpando e revisando áreas internas e externas das residências para eliminar água parada dentro de vasos de flores e outros objetos que podem se transformar em locais de criadouro do mosquito. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual, além de inseticidas nos ambientes e telas de proteção nas aberturas das casas.
