FETAG-RS, FAMURS e FARSUL unem forças por renegociação de dívidas de agricultores e pecuaristas familiares no RS

Em um momento crítico para o setor agropecuário gaúcho, três das principais entidades representativas do estado — a FETAG-RS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul), a FAMURS (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul) e a FARSUL (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul) — se reuniram nesta terça-feira (3) para definir estratégias conjuntas na luta pela renegociação das dívidas dos agricultores e pecuaristas familiares.

O encontro teve como foco principal a articulação de uma atuação unificada junto aos grupos de trabalho instituídos pelo governo federal, que atualmente discutem medidas emergenciais e estruturais para enfrentar os impactos causados pelas recentes enchentes e períodos de estiagem que castigaram o estado. As catástrofes climáticas deixaram milhares de famílias do campo endividadas e com dificuldades para retomar suas atividades produtivas.

De acordo com Carlos Joel da Silva, presidente da FETAG-RS, é essencial manter o diálogo entre as entidades e os gestores públicos para que as políticas de recuperação não fiquem apenas no papel. “É hora de união entre os setores. Precisamos garantir que os encaminhamentos dos grupos de trabalho resultem em ações concretas, com condições reais de pagamento e prazos adequados à realidade do agricultor familiar”, afirmou.

As entidades também avaliaram a necessidade de uma maior representatividade nas esferas de decisão e reforçaram o compromisso de atuar em bloco para pressionar os órgãos competentes por soluções eficazes. A pauta da renegociação envolve não apenas a prorrogação dos prazos de pagamento, mas também a criação de linhas de crédito especiais e a reestruturação das dívidas existentes, com juros compatíveis com o momento vivido pelos produtores.

Para a FAMURS, o apoio dos municípios é fundamental neste processo. Já a FARSUL destacou que a reconstrução do setor agropecuário passa necessariamente pela estabilidade financeira dos produtores, especialmente os de menor porte, que representam a base da produção de alimentos no estado.

A reunião simboliza um importante avanço no diálogo institucional e aponta para a consolidação de um esforço conjunto em defesa do meio rural gaúcho. As entidades devem continuar acompanhando as deliberações em Brasília e articulando junto às bancadas estaduais e federais para que as demandas dos agricultores e pecuaristas familiares não fiquem à margem do processo de reconstrução do estado.