O Índice de Confiança do Comércio (ICOM), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou queda de 4,2% em maio de 2024, depois de ter registrado aumento de 5,6% em abril de 2024. Com isso, o índice caiu para os 91,5 pontos na série com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês de 2023, na série sem ajuste sazonal, o ICOM marca 89,8 pontos, mantendo-se em patamar superior ao registrado um ano atrás, registrando variação de 4,7% ante maio de 2023.
Na comparação com o mês anterior, a queda na confiança se deu por uma forte contração no Índice de Situação Atual (ISA-COM), que recuou 8,0% (em abril de 2024 havia registrado +5,9%), caindo para 90,6 pontos. Já no Índice de Expectativas (IE-COM), houve estabilidade, com variação de 0,1% (em abril de 2024 houve alta de 5,2%), registrando 93,0 pontos. Em relação a maio de 2023, os dois componentes estão em patamares superiores: +6,2% no IE-COM (91,4 pontos) e +2,3% no ISA-COM (90,4 pontos).
Com o forte recuo de maio, o ICOM devolve grande parte da alta verificada no mês anterior diante de uma avaliação pior da situação atual que deve refletir, em alguma medida, a percepção do setor diante do impacto da tragédia climática no RS. As expectativas, por sua vez, que vinham em dois meses de alta, estacionaram em maio com variação muito pequena, indicando incerteza no cenário à frente. Mesmo com um maio negativo para o ICOM, vale notar que a média móvel de três meses se manteve crescimento.
Diante disso, a atenção recai sobre a leitura do próximo mês que, além de identificar uma provável dissipação dos efeitos dos acontecimentos no RS sobre a confiança nos demais estados, também deve contribuir para o entendimento de quanto as expectativas estagnadas podem refletir ajustes na percepção do setor à frente. Mesmo que diante de um cenário macroeconômico nacional mais favorável que no ano anterior (sobretudo em emprego e renda), ainda há entraves para uma melhora mais robusta em elementos centrais à dinâmica do Comércio – como quadro de endividamento e perspectiva de queda de juros.
Fonte Fecomércio RS