segunda-feira, maio 20, 2024
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Reuniões sobre o preço do tabaco terminam novamente sem definição 

SAFRA 2023/2024

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Fumicultores buscam reposição do custo de produção e um ganho real

 

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Rosibel Fagundes 

Representantes dos fumicultores e das empresas fumageiras estiveram reunidos na última quinta-feira,25, em formato híbrido (com participantes no local e outros de forma online), para mais uma rodada de reuniões de negociação do preço do tabaco para a safra 2023/2024. Três empresas que tinham propostas de reajuste a oferecer foram recebidas pela comissão representativa dos fumicultores. Em reuniões anteriores havia sido definido que a reposição da variação do custo de produção é obrigação de cada empresa integradora. E, também é necessário um ganho real para os produtores. 

As negociações de preços para a safra 2023/2024, cuja produção deve crescer 13,7%, com estimativa de chegar a 522,8 mil toneladas, nos três estados do Sul do Brasil, tiveram início em 14 de dezembro de 2023. Até o momento, a única empresa que se dispôs a participar da rodada com proposta de reajuste que valoriza a comissão e os produtores foi a JTI. No último dia 15, a empresa assinou um protocolo com a reposição do custo de produção e um ganho real de 2,94% no Virgínia e de 8,33% no Burley. A JTI possui tabela mais alta de preços mínimos, que é reajustada com as variações dos custos de produção de cada safra.

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Na rodada de negociações realizada neste mesmo dia, as reuniões com outras seis indústrias não obtiveram êxito. A meta da comissão é buscar uma equiparação das tabelas de preço e uma rentabilidade para o produtor. A proposta dos representantes da categoria é a variação do custo de produção de cada empresa mais 5 pontos percentuais.

A Comissão representativa dos produtores de tabaco formada pela Afubra e pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná lamenta que, mais uma vez, as reuniões tenham terminado sem definição. 

“A comissão representativa dos produtores não reconhece a tabela de empresa que não concede reajuste de, no mínimo, da variação do custo de produção. As empresas, ao não repor nem a variação do custo de produção da safra, demonstram não ter comprometimento com seu produtor integrado”, enfatizam os representantes. 

Para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (FETAG-RS), o resultado das negociações foi decepcionante. “As empresas BAT, Universal Leaf e Premium apresentaram propostas que repõem apenas o custo de produção, ou seja, não contemplam nenhum ganho real para os produtores. É lamentável que as empresas continuem a desrespeitar o trabalho dos produtores de tabaco”, afirmou o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, que reiterou. “Não é com a faca no pescoço que vamos fortalecer a cadeia do tabaco.”

 

Veja a proposta de cada empresa:

– Universal Leaf:

Variação do custo de produção Virgínia: 6,31%

Variação do custo de produção Burley: -2,11%

Proposta de reajuste de 6,31%, para Virgínia, com a diferenciação para as classes CO1 + 7,26%, BO1 + 7,40% (R$ 21,05 o kg), TO1 + 8,00% e TO2 + 7,60%

Proposta de reajuste de 6,31%, para Burley com diferenciação para as classes X1 + 11,85%, C1 + 9,25%, C2 + 10,78%, B1 + 7,87% e T1 + 10,97%

Contraproposta da Comissão para o Virgínia: 6,31% mais 2,94 p.p.

– Premium:

Variação do custo de produção Virgínia: 6,46%

Variação do custo de produção Burley: 1,81%

Proposta de reajuste de 6,50% para as duas variedades

Contraproposta da Comissão para o Virgínia: 6,46% mais 2,94 p.p.

 – BAT

Variação do custo de produção Virgínia: 7,55%

Proposta de reajuste de 7,55% mais 1 p.p.

Contraproposta da Comissão: 7,55% mais 2,94 p.p.

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