Número de mortes aumenta para 107, e de pessoas fora de casa chega a 395,6 mil
Rosibel Fagundes
O maior desastre ambiental da história do Rio Grande do Sul já impactou centenas de milhares de pessoas, que precisaram deixar suas casas. Das 497 cidades gaúchas, 431 foram afetadas pelas chuvas que castigam o estado desde o início da semana passada. O número de pessoas fora de casa pelos temporais que atingem o RS desde 29 de abril chegou a 395,6 mil, nesta quinta-feira, 09. Os dados foram divulgados pela da Defesa Civil.
Até esta data, em razão das cheias, o número de mortes chegava a 107. A maioria delas registradas nos municípios de Cruzeiro do Sul (8), Gramado (7), Santa Maria (6) e Bento Gonçalves (6). Somente na região do Vale do Rio Pardo, 11 pessoas perderam a vida. Ao todo, 134 estão desaparecidos, e 754 feridos. Os números são alterados a todo momento.
Enquanto na região dos Vales a água já baixou, o rio Guaíba está em níveis recordes de inundação desde o início das chuvas. No domingo, 05, ele atingiu o pico de 5,33 metros — a marca foi a maior registrada desde o início do monitoramento do Guaíba, em 1933, superando a cheia de 1941, quando o rio chegou a 4,75 metros. Na quinta-feira, 09, pela manhã, chegou a 5,6 metros, de acordo com dados divulgados pela Prefeitura de Porto Alegre. Apesar da baixa, o rio ainda está mais de 2 metros acima da cota de inundação, que é de 3 metros. Contudo, o cenário pode ser alterado, caso novos episódios de chuva de alta intensidade previstos para o final de semana, se concretizem. A previsão é que a maior intensidade deve atingir o Sul e o Oeste, podendo também chegar a Santa Catarina. As temperaturas devido a passagem de uma frente fria podem cair e ficar entre 3° a 5°C.
Os transtornos causados pelas fortes chuvas também danificaram estradas, pontes e rodovias. Na quinta-feira, 09, haviam 73 trechos em 43 rodovias com bloqueios totais ou parciais. Além disso, são 438.230 clientes sem água, de um total de 6 milhões da Corsan no RS. Sem luz, são 184.200 (clientes da concessionária RGE Sul) e outros 179.101 (atendidas pela CEEE Equatorial). Dezenas de municípios seguem sem os serviços de telefonia e internet das companhias Tim, Vivo e Claro, segundo a Defesa Civil.
