Público alvo são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos
Rosibel Fagundes
A Secretaria da Saúde (SES) começou a distribuir, na última terça-feira, 11, as primeiras 19 mil doses da vacina contra a dengue para os 61 municípios das regiões do Vale do Sinos, Vale do Rio Pardo e Alto Uruguai. Outras seis cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre já haviam sido selecionadas pelo Ministério da Saúde para a estratégia nacional de vacinação.
No Vale do Rio Pardo, as 4.524 doses da vacina chegaram a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (13ª CRS), na terça-feira, 11, e logo foram distribuídas aos municípios de abrangência. A distribuição ocorre de acordo com os critérios do Ministério da Saúde, como explica uma das responsáveis pelo Setor, Marlene Weber Andriolo.
“Foram selecionados municípios de grande porte (população maior ou igual a 100 mil habitantes) com alta transmissão de dengue nos últimos 10 anos. Como Santa Cruz do Sul foi selecionado, foram inclusos os municípios que pertencem a região de abrangência deste município”, esclarece.
A aplicação do imunizante é destinada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença. O esquema vacinal é composto por duas doses com três meses de intervalo entre elas. Embora, segundo especialistas, o melhor jeito de prevenir a doença ainda seja combatendo o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, a vacina é uma grande aliada contra a dengue. Por isso, a importância de os pais levarem seus filhos para se vacinarem, orienta Marlene.
“A vacina vai proteger contra os quatro sorotipos virais diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Ela é importante porque acaba reduzindo o risco da infecção assintomática e agravamentos como hospitalizações e óbitos pela doença. E quando se há um maior número de pessoas vacinadas acaba também reduzindo a propagação do vírus”, destaca.
Atualmente, a vacina distribuída pelo SUS é a Qdenga, do laboratório japonês Takeda. O imunizante é novo no mercado e passou a ser administrado a partir desse ano no Brasil, o primeiro país a incorporá-lo ao calendário nacional de vacinação. Por ser uma vacina atenuada (contêm agentes infecciosos vivos, mas enfraquecidos), não deve ser administrada em pacientes recebendo terapias imunossupressoras, tais como quimioterapia ou altas doses de corticosteroides sistêmicos dentro das quatro semanas anteriores à vacinação. Além disso, não podem tomar o imunizante contra a dengue pessoas menores de 4 anos ou com 60 anos ou mais, pessoas que possuam alergia a outros imunizantes; imunossuprimidos (imunidade baixa); gestantes ou em período de amamentação.
Para receber a dose basta apresentar documento de identificação com foto ou Cartão Nacional do SUS. Em Passo do Sobrado, a aplicação das doses que teve início na quarta-feira, 12, acontece na Unidade de Saúde no horário das 8h às 11h30, e das 13h às 16h30.
BOXE:
Quantidade de doses distribuídas nessa semana para os municípios do Vale do Rio Pardo (13ª CRS):
Santa Cruz do Sul – 1.755
Venâncio Aires – 873
Sinimbu – 106
Candelária – 386
Vera Cruz – 349
Mato Leitão – 68
Rio Pardo – 486
Passo do Sobrado – 85
Vale do Sol – 120
Gramado Xavier – 54
Pantano Grande – 157
Vale Verde – 44
Herveiras – 41
Em seis meses, RS registra 225 óbitos pela doença
Em apenas seis meses de 2024, o Rio Grande do Sul já registra 225 óbitos pela dengue. Do total, 121 são homens e outras 104 são mulheres. A maior parte de óbitos é registrada entre pessoas de 60 anos ou mais. Em 2022, foram 66 mortes e em 2023, foram 54.
A região do Vale do Rio Pardo, contabiliza desde janeiro 5.574 casos confirmados da doença, com cinco óbitos — quatro deles em Santa Cruz do Sul e um em Venâncio Aires. Conforme a 13ªCRS, os municípios com mais casos confirmados da doença é Santa Cruz do Sul com 2. 460, Venâncio Aires com 2.135, e Vera Cruz com 650. Entretanto, todos os municípios de abrangência já têm casos confirmados de dengue. Em Passo do Sobrado são 3 casos confirmados, e em Vale Verde, são 6.
Dos 497 municípios gaúchos, apenas 29 não estão infestados pelo Aedes aegypti, que transmite a dengue. Eventos climáticos, favoreceram a proliferação do mosquito vetor. A orientação é manter as medidas de prevenção à proliferação e circulação do inseto, com a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos, que impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática.