Tatiane Queiroz formalizou uma denúncia na Promotoria de Justiça após suas filhas deixarem de ser atendidas pelo transporte escolar.
Uma família de Passo da Mangueira, no interior do município, denunciou a Secretaria de Educação por discriminação no acesso ao transporte escolar. Tatiane Queiroz, mãe de Elisa Queiroz Konzen (12 anos), Taila Queiroz Konzen (10 anos) e tia de Sofia Kaufman Konzen (9 anos), levou a questão à Promotoria de Justiça após ser informada de que o ônibus escolar não mais buscaria suas filhas no corredor onde residem, ao contrário do que ocorria em anos anteriores.
Segundo Tatiane, a comunicação sobre a mudança ocorreu sem qualquer possibilidade de discussão. No primeiro dia letivo de 2025, a diretora da escola informou que as crianças não seriam mais buscadas no corredor onde moram, sem opção de revisão pela Secretaria de Educação. Ao questionar um vereador da base governista, Tatiane descobriu que a filha do parlamentar continuava sendo atendida em condição semelhante, evidenciando uma possível discriminação.
A família argumenta que o corredor onde vivem tem plenas condições de tráfego, sendo regularmente patrolado e mantido em boas condições pela administração pública até o ano passado. O próprio proprietário da empresa de transporte escolar estaria disposto a continuar buscando as crianças, mas não recebeu autorização da Secretaria de Educação.
Segurança das crianças em risco
A decisão tem causado preocupação, pois obriga as crianças a percorrerem um trajeto muito longo até a estrada geral para acessar o transporte. O local onde deveriam esperar o ônibus é uma curva acentuada, sem moradias por perto e com riscos evidentes para menores desacompanhados. “Se fossem as filhas de qualquer outra pessoa, aceitariam essa situação?”, questiona Tatiane.
Para piorar, as meninas estudam em horários diferentes, tornando inviável que caminhem juntas. Carregando mochilas pesadas e expostas ao sol e à chuva, a segurança das crianças estaria comprometida.
Acusações de perseguição política
Tatiane e sua família acreditam que estão sendo alvos de perseguição política. Segundo ela, a manobra do ônibus para buscar suas filhas sempre foi viável, sendo realizada sem problemas até 2024. O fato de outras crianças em condições similares continuarem sendo atendidas reforça a suspeita de tratamento desigual.
A mãe levou a denúncia ao Conselho Tutelar, ao Conselho de Educação e ao Conselho do FUNDEB. Cristiane, representante do Conselho do FUNDEB, enviou um ofício alertando sobre a necessidade de garantir transporte a todas as crianças sem discriminação. No entanto, até o momento, nenhuma providência foi tomada.
Próximos passos
A família segue aguardando uma solução por parte da Secretaria de Educação, enquanto Tatiane precisa sair do trabalho diariamente ao meio-dia para buscar as filhas. Para ela, a situação poderia ser resolvida de forma simples: apenas permitindo que o ônibus volte a entrar no corredor, como já ocorria nos anos anteriores.
O caso levanta questões sobre os critérios adotados para definir o trajeto do transporte escolar e a aparente falta de uniformidade na aplicação das regras. Enquanto a comunidade aguarda respostas, a família segue sem uma solução definitiva, enfrentando dificuldades diárias para garantir o direito básico de acesso à educação para suas filhas.
Reunião
Na tarde da última sexta-feira, vereadores estiveram reunidos com o Secretário de Educação para tratar do assunto, porém, não houve avanços, apenas a promessa de que o tema seria avaliado.
Sem retorno
Até o fechamento desta edição, não obtivemos nenhum retorno da Secretaria de Educação sobre o assunto.