MEIO AMBIENTE
Professor da Unisc, Andreas Kohler explica que animais são importantes para ecossistema
Rosibel Fagundes
Moradores de Passo do Sobrado têm enfrentado problemas com a invasão de morcegos no forro de suas residências durante a noite. Além da sujeira das fezes e o barulho indesejado que os animais provocam, eles temem a transmissão de doenças, como a raiva por exemplo.
O incômodo tem afetado a rotina de uma família na área central. “Dá medo, porque é um barulho no telhado sem falar do risco de doenças que eles podem trazer com vírus da raiva”, reclama um morador que preferiu não ser identificado. Ele afirma que não sabe por onde os morcegos conseguem entrar no forro e diz que nunca tinha presenciado isso antes. “Eu acho que deve ser alguma fresta. O estranho é que eu nunca tinha visto antes. Eles costumam ir para construções abandonadas, onde é mais escuro e sem movimentação de pessoas”, relata.
O professor do Departamento de Biologia e Farmácia da Unisc, e dr. Andreas Köhler, explica que os morcegos são importantes para a manutenção do ecossistema. “Esses animais são protegidos por lei. Então, o morcego é um animal que não pode ser caçado, que não pode ser pego a mão. Morcegos são muito importantes para a nossa natureza, tem morcegos que até polinizam, eles se alimentam de frutas, insetos”, afirma.
Segundo ele, os morcegos costumam se abrigar em copas de árvores ou cavernas; já nas áreas urbanas, podem se alojar em tubulações, estruturas abandonadas, residências, principalmente em locais escuros, úmidos e pouco frequentados, como forros, sótãos ou porões.
Pelo fato de serem animais “de colônia”, só oferecem perigo caso mordam uma pessoa ou animal. “São colônias, então nunca tem apenas um animal, sempre se encontra uma grande quantidade de morcegos no mesmo lugar. Não costumam atacar espontaneamente, apenas se defendem quando são pegos. A orientação é para que os moradores nunca toquem em morcegos, vivos ou mortos”, esclarece.
Ele adverte que existem inúmeras espécies de morcegos no Rio Grande do Sul, e que apenas uma única espécie que se alimenta de sangue e, é a única que transmite a raiva. “Apenas uma espécie, bem rara, encontrada fora da cidade, dificilmente dentro da área urbana, que realmente transmite a doença chamada raiva. As outros não transmitem esta doença. Eles podem até dar problemas para a saúde das pessoas, mas se eles entram em contato com as fezes, com a urina, ou seja, outros justamente componentes onde qualquer outro animal também tem a possibilidade de dar um incomodo justamente para nós”, ressalta.
Para prevenir a entrada desses animais, a orientação é justamente fechar os caminhos, explica. “Muitas pessoas já colocaram algumas telhas de vidro, ou telhas de plástico, ou justamente uma luminosidade abaixo do telhado. Eu mesmo já tive em casa os morcegos e eu coloquei uma lâmpada, um bico de luz lá. Onde tem luminosidade, logo eles desaparecem. Demora um, dois dias, mas não gostam da luminosidade durante a noite”, afirma.