Um caso de erro judicial aconteceu em Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo. Francilício dos Santos Nogueira, um profissional autônomo de 47 anos, enfrenta um dilema emocional e financeiro um mês após ter sido solto da prisão, onde foi detido injustamente por uma acusação de estupro de vulnerável.
Francilício foi confundido com um homônimo procurado pela Justiça do Ceará, chamado Francilúcio. A confusão levou à sua detenção por parte da Brigada Militar gaúcha, que cumpriu um mandado de prisão preventiva emitido pela 12ª Vara Criminal de Fortaleza no dia 4 de janeiro.
Em uma narrativa desoladora, Francilício descreveu o momento em que foi preso: “Dois policiais dizendo pra minha esposa que esconder fugitivo era crime. Já entraram porta adentro. Chegaram aqui apontando arma pra mim. Eu meio que sorri pra eles. Eles disseram que não era brincadeira: ‘A casa caiu’.”
Apesar de nunca ter estado no Ceará, Francilício foi levado para a delegacia e, em seguida, encaminhado para o Presídio Estadual de Santa Cruz do Sul, onde teve seus cabelos longos cortados, seguindo as regras do sistema carcerário.
Enquanto enfrentava o pesadelo da prisão, seus parentes lutavam para provar sua inocência. O alvará de soltura só foi expedido no dia 8 de janeiro, após a juíza cearense responsável pelo caso reconhecer o erro.
“A casa caiu” para Francilício, que agora se vê à deriva, emocionalmente abalado e financeiramente prejudicado. “Eu tô sem rumo, sabe, destruiu tudo. Quebrou o norte da vida da gente”, lamenta.
A Justiça cearense admitiu o equívoco e está investigando o caso para esclarecer os fatos. Enquanto isso, Francilício estuda a possibilidade de buscar reparação pelo erro, mas para ele, o preço dessa injustiça já foi alto demais.