Rosibel Fagundes
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS) adiou para o dia 20 de maio o início da mobilização estadual que estava prevista para começar no dia 13. A decisão foi tomada em conjunto com o Conselho de Coordenadores Regionais e ratificada pela assembleia realizada em 29 de abril, após avaliação estratégica do cenário político nacional.
Durante está semana a Câmara dos Deputados estará funcionando de forma remota, e o presidente da República está em missão internacional, acompanhado dos ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. A ausência dessas autoridades inviabiliza qualquer negociação direta com o alto escalão do governo, o que levou a FETAG-RS a redefinir o calendário da mobilização.
A entidade reforça que a mobilização tem caráter objetivo e não simbólico. “Mobilizar por mobilizar não resolve os problemas do campo. Precisamos de interlocução com quem decide”, afirma a nota da Federação.
Entre as principais reivindicações estão a securitização das dívidas em até 20 anos, a prorrogação de financiamentos rurais, a melhoria no acesso ao Proagro e ao seguro rural, além de respostas efetivas para produtores que enfrentam cinco anos consecutivos de perdas devido a estiagens ou excesso de chuvas.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo do Sobrado, Andreia Gabe, participará das ações em Porto Alegre representando o município. Ela destaca a gravidade da situação vivida pelos agricultores familiares.
“Estamos enfrentando uma crise muito séria no campo. São anos de perdas consecutivas, dívidas acumuladas e falta de apoio concreto. Vamos a Porto Alegre exigir respostas reais e urgentes do governo federal. O produtor não aguenta mais promessas vazias”, afirmou Andreia.
A mobilização está programada para os dias 20, 21 e 23 de maio, com expectativa de que, neste período, os responsáveis pelas decisões políticas estejam disponíveis para receber as lideranças do setor agrícola e ouvir suas demandas.