sexta-feira, abril 25, 2025
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O Papa é pop!

Bom dia amigos leitores

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* Estavam certos os Engenheiros do Havaii?

Não tenho a menor sombra de dúvidas!

Apesar de ter criado a música “O Papa é pop” em 1990, e o papa em questão ser outro, João Paulo II, aquele que “levou um tiro à queima-roupa”, e com o objetivo de destacar que até o Papa e a religião estavam sendo “consumidos” pela insurgente e desenfreada cultura do pop, tais versos criados pela banda gaúcha Engenheiros do Havaii nunca fizeram tanto sentido como agora.

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Se tem um Papa que é pop, no sentido de popular, é o Papa Francisco, morto esta semana aos 88 anos.

De nome Jorge Mario Bergoglio, argentino, era o 266º (leia-se ducentésimo, septuagésimo sexto) papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Vai deixar saudades.

* Mas por que o Papa (Francisco)é (ao invés de era, pois que morto) pop?

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Penso que o primeiro motivo está no papel por ele desempenhado logo após assumir o pontificado: seu nome está indelevelmente associado à reforma, modernização, quebra de paradigmas, transparência e humanização do exercício do cargo (de papa) e a atuação institucional da Igreja Católica no século XXI.

Em segundo lugar, a transposição do seu cargo para muito mais que as questões religiosas acabou por torná-lo um indivíduo de conhecimento e relações universais, pois nunca se omitiu de tratar de qualquer assunto, por mais “espinhoso” ou sectário que fosse.

Depois, a postura de aproximação com a sociedade mundial, com as pessoas mais comuns, com mais pobres, humildes e necessitados e os menos privilegiados, sem deixar de lado o contato (e confronto) com a parte superior da pirâmide social, política e cultura mundial, tornaram-no porta-voz das angústias e expectativas dos primeiros em face do poder dos segundos.

Também o fato de se aproximar, nem sempre de forma passiva, das lideranças mundiais, usando de seu poder de crítica, pressão e persuasão sobre assuntos muitas vezes “delicados” atribuíram legitimidade a seu papel no cenário político mundial.

Não podemos esquecer, também, que ele se aproximou de outras religiões, dos ateus também, que se identificou com os anseios dos jovens do mundo todo, que deu atenção às minorias, o que contribuiu para popularizar sua figura em meios pouco comuns aos seus antecessores.

Por fim, mas não menos importante, devemos lembrar que estamos na “era da informação” e da “publicitação” imediata dos fatos e acontecimentos e que nunca antes deste Papa as ações de alguma personalidade religiosa foram tão vistas, avaliadas, criticadas (nem sempre positivamente) e analisadas como agora. E o saldo dessa exposição “full time” poder ser considerado preponderantemente positivo e respeitável. Concorda comigo amigo leitor?

* E agora?

Logo após terminarem as solenidades fúnebres começa o processo de escolha do sucessor de Francisco. Muitas são as expectativas.

Temos a oportunidade de ver e analisar a transição de um papado para outro; poderemos acompanhar, quase que de forma ininterrupta e ao vivo, os processos e procedimentos de escolha do novo papa.

Nesse momento, e diante da enorme significação do Papa Francisco, algumas questões se apresentam prementes.

Quem são os candidatos possíveis? Quais deles estão alinhados à política instaurada pelo papado a ser substituído? Quais são identificados com as forças políticas modernizadoras e reformistas que apoiavam Francisco?

O mundo passa por um período de retrocesso político conservador, será que a Igreja Católica também sofrerá esse revés? Será que neste momento há espaço para forças reacionárias na estrutura da Igreja? Será mantido e ampliado o legado do Papa Francisco? Em breve saberemos…

* Algumas curiosidades (todas encontradas também da rede)

Foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro papa não-europeu em mais de mil anos de história. Foi também o primeiro papa da ordem religiosa dos jesuítas (da Companhia de Jesus) e quem conhece um pouco de história sabe o significado desse “ineditismo”.

O nome Francisco foi escolhido em homenagem a São Francisco de Assis, conhecido pela caridade, pela bondade e por seu apego, preocupação e apreço aos animais.

Gostava muito de futebol, sendo torcedor do São Lourenzo, time da capital argentina.

E uma curiosidade que eu não sabia, mas o Dr. Google, aquele que tudo sabe (pero no), me disse: o Papa Francisco tinha apenas um pulmão… Sabia disso amigo leitor?

* Um último (e difícil) ensinamento…

Como prefácio da obra “À espera de um novo começo – Reflexões sobre a velhice”, do cardeal italiano Angelo Scola, arcebispo emérito de Milão, livro ainda a ser lançado, o Papa Francisco escreveu um texto onde discorreu sobre a morte e a velhice.

Como já tenho mais de sessenta anos, estes temas já devem começar a fazer parte do meu cotidiano… Daí que reproduzo abaixo uma das passagens do texto que me foi bastante significativa:

Não devemos ter medo da velhice, não devemos temer abraçar a velhice, porque a vida é vida, e adoçar a realidade significa trair a verdade das coisas. Restaurar o orgulho de um termo muitas vezes considerado doentio é um gesto pelo qual devemos ser gratos ao cardeal Scola”, continua o papa. “É verdade, envelhecemos, mas este não é o problema: o problema é como envelhecemos. Se vivermos esta fase da vida como uma graça, e não com ressentimento; se aceitarmos o tempo (mesmo longo) em que experimentamos a diminuição das forças, o aumento da fadiga do corpo, os reflexos já não sendo os mesmos da juventude — com um sentimento de gratidão e agradecimento —, bem, então, também a velhice se torna uma idade da vida que, como nos ensinou Romano Guardini, é verdadeiramente fecunda e capaz de irradiar bondade”, completa”. (O grifo é meu)

Missão difícil encarar a situação por este ângulo. Porém, é missão necessária! Será possível?

Bom fim de semana e até à próxima, se Deus quiser.

PS. O Papa é pop, e o pop não poupa ninguém…

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