Trabalho infantil e saúde dos produtores é debatido em Rio Pardo
Em julho, os eventos acontecem em Papanduva (SC), no dia 2; Chapadão do Lageado (SC), dia 3; Ivaí (PR), em 16 de julho; e Rebouças (PR), no dia 17.
Junho 2019 – Um grande público participou do 11º Ciclo de Conscientização sobre Saúde e Segurança do Produtor e Proteção da Criança e do Adolescente, na tarde desta quinta-feira, 06 de junho, em Rio Pardo (RS). Mais de 500 pessoas, entre produtores de tabaco, agentes de saúde, diretores de escolas, conselheiros tutelares e autoridades compareceram ao Centro Comunitário de Rincão Del Rey, com o objetivo de discutir temas importantes como trabalho infantil, utilização da vestimenta de colheita e cuidados no manejo de agrotóxicos.
Promovido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e empresas associadas, com apoio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), desde 2009, o Ciclo de Conscientizaçãoatende aos acordos firmados perante o MPT-RS e MPT-Brasília e já tiveram a participação de mais de 25 mil pessoas de 60 municípios.
O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, abriu o evento falando sobre importância dos temas. “A educação vem de casa, mas o conhecimento adquirido na escola é fundamental. Os nossos filhos precisam estar hoje muito melhor preparados que nós antigamente. Muitos processos mudaram, a forma de se comunicar, de gerir a propriedade. A gente quer o melhor para os nossos filhos e, atualmente, o melhor para eles é estudar. Assim também, sabemos que o nosso bem mais precioso é a saúde. Vamos entendendo isso na medida em que o tempo vai passando. Muitos problemas podem ser evitados por meio da prevenção. Utilizar o EPI e a vestimenta de colheita, seguindo as recomendações da nossa equipe de campo, pode fazer toda diferença. Além disso, ao adotar essas condutas, estamos cuidando também do nosso próprio negócio, considerando que exportamos boa parte da nossa produção e o mercado externo busca produção sustentável, com garantias de que não foi produzido por mão de obra infantil ou às custas da saúde e segurança dos produtores”, destacou o executivo.
Segundo o tesoureiro da Afubra, Marcílio Drescher, a Afubra endossa o movimento de conscientização. “Nós sabemos o quanto o tabaco é importante aqui no Sul do Brasil. O tabaco muitas vezes é criticado, mas quem planta produz e vende sabe o que tabaco é o que nos ajuda na saúde, porque é essa renda que nos permite ir ao médico, ao dentista, ao hospital. Que é o tabaco que ajuda a dar oportunidades para nossos filhos. Educação hoje é uma melhor herança que uma área de terra, como se pensava no passado. Não estamos aqui para ensinar, mas para mostrar o melhor caminho possível. A decisão será dos produtores”, destacou.
Com mais de mil produtores de tabaco, Rio Pardo está entre os 20 maiores produtores da folha no Rio Grande do Sul, estado responsável por quase 50% da produção de tabaco no País. O prefeito de Rio Pardo, Rafael Barros, acompanhou a programação que iniciou com um bate-papo sobre proteção da criança e do adolescente com a participação do procurador aposentado pelo Ministério Público do Trabalho, Veloir Dirceu Fürst, e da advogada e socióloga, Dra. Ana Paula Motta Costa. Em um vídeo em formato de perguntas e respostas, eles responderam questionamentos comuns dos produtores sobre o tema trabalho infantil.
No Brasil, o decreto 6481/2008 regulamentou duas convenções internacionais, seguindo a recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o que colocou o tabaco na lista de formas de trabalho e, portanto, proibidas para menores de 18 anos. O trabalho infantil se caracteriza ao utilizar crianças ou adolescentes para substituir a mão de obra adulta necessária, privando-a de educação ou de momentos de lazer.
Na sequência, o Dr. NikoTino trouxe informações sobre a correta aplicação, manuseio e armazenagem de agrotóxicos, bem como sobre a utilização da vestimenta de colheita. Conheça alguns dos pontos destacados por ele ou assista ao vídeo completa no canal do SindiTabaco no Youtube.
- Somente utilizar agrotóxicos registrados, de acordo com a receita agronômica;
- Manter o pulverizador em perfeitas condições de uso e sem vazamentos;
- Durante o manuseio e aplicação de agrotóxicos, sempre utilizar o EPI;
- Não permitir a aplicação por menores de 18 anos, idosos e gestantes;
- Armazenar os agrotóxicos em armário feito de material resistente, chaveado e destinado somente para esse fim, com acesso restrito a trabalhadores orientados a manuseá-los;
- Não reutilizar embalagens vazias de agrotóxicos para qualquer fim;
- Realizar a tríplice lavagem da embalagem vazia de agrotóxico, utilizando o EPI;
- Sinalizar áreas tratadas com agrotóxicos com placa específica para este fim;
- Usar sempre luvas impermeáveis e vestimenta específica para a colheita;
- Evitar colher quando as folhas estiverem molhadas pela chuva ou orvalho;
- Dar preferência aos horários menos quentes do dia para a colheita do tabaco;
- Além do momento da colheita, o produtor deve ficar atento durante o desponte, o carregamento e a cura/secagem das folhas.
O encerramento ficou por conta da peça teatral Rádio Fascinação, encenada pelo grupo de atores de Santa Cruz do Sul (RS), Espaço Camarim, que também interagiu com o público e relembrou os principais pontos de forma lúdica e bem-humorada.
Assista
O Mundo do Dr.NikoTino
Bate-papo sobre trabalho infantil
Doença da Folha Verde do Tabaco
11º CICLO DE CONSCIENTIZAÇÃO
Data |
Município |
UF |
Produtores |
Produção (ton) |
04 de junho |
Segredo |
RS |
1.368 |
6.883 |
06 de junho |
Rio Pardo |
RS |
1.020 |
4.876 |
02 de julho |
Papanduva |
SC |
1.394 |
7.514 |
03 de julho |
Chapadão do Lageado |
SC |
657 |
4.778 |
16 de julho |
Ivaí |
PR |
692 |
4.732 |
17 de julho |
Rebouças |
PR |
764 |
3.591 |
(Fonte: Afubra/Safra 2017-18)
Fotos: Junio Nunes
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