sábado, janeiro 18, 2025
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Umidade no Solo Prejudica Colheita de Grãos no Rio Grande do Sul

O excesso de umidade no solo, causado pelo predomínio de dias nublados e chuvas frequentes em períodos anteriores, tem impactado negativamente a colheita dos grãos de verão no Rio Grande do Sul. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira 23/05, a finalização da colheita da soja na metade Norte do Estado enfrenta grandes desafios, mesmo nas regiões com menos precipitações. A saturação do solo tem dificultado a atividade, causando perdas significativas.

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Soja

A colheita de soja no Estado alcançou 91%, com 9% das áreas ainda em maturação. Os produtores enfrentam perdas devido a grãos germinados, mofados e à debulha natural, que aumentam diariamente com o atraso. A umidade elevada no solo eleva os custos de colheita, pois a operação em solo úmido exige o uso parcial dos graneleiros para evitar danos causados pelo excesso de peso na locomoção.

O impacto se estende também à entrega da soja nas unidades de secagem e armazenamento. A alta umidade dos grãos, muitas vezes próxima a 30%, obriga a redução para cerca de 14% para a armazenagem adequada, desafiando a capacidade dos secadores. Nas regiões Central e Campanha, as cooperativas transportam os grãos para secagem em outras sedes devido à alta demanda por tempo e lenha nos locais de colheita.

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Milho

A colheita do milho avançou 4% em relação à semana anterior, atingindo 92% da área cultivada. No entanto, a umidade e as precipitações atrasaram a operação, com lavouras por colher apresentando senescência, fungos e germinação em espiga, aumentando a urgência da retirada do campo. A produtividade atual é de 6.464 kg/ha, com a possibilidade de redução conforme os levantamentos de perdas em andamento.

Milho Silagem

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A colheita de milho para silagem continuou gradualmente, beneficiada pela diminuição das precipitações nas regiões ao Sul do Estado. Contudo, a alta umidade e a falta de sol comprometem a qualidade do produto armazenado. Em áreas colhidas mais tardiamente, há sinais de enfezamento vermelho e menor rendimento de forragem, além de dificuldades no fornecimento de alimentação aos rebanhos em regiões afetadas por alagamentos.

Feijão

A colheita da primeira safra de feijão foi concluída, com uma produtividade estimada de 1.930 kg/ha em 25.264 hectares cultivados. Já a segunda safra enfrenta obstáculos devido ao excesso de umidade, resultando em uma produtividade inferior à projetada de 1.568 kg/ha em 19.900 hectares cultivados.

Arroz

A colheita de arroz está próxima do fim, com 95% das lavouras colhidas, principalmente nas regiões Sul, Centro e Oeste, onde as chuvas foram menos frequentes. As perdas causadas pela submersão de cultivos e acamamento de plantas são consideráveis, levando muitos produtores a abandonarem as áreas remanescentes. A área cultivada é de 900.203 hectares, com uma produtividade inicial de 8.325 kg/ha, que deverá ser ajustada após a contabilização das perdas.

Impacto nas Pastagens e Criações

O excesso de umidade também afeta os campos nativos e as pastagens cultivadas, dificultando a semeadura e o desenvolvimento das culturas vegetativas. Na bovinocultura de corte, as enchentes causaram mortes por afogamento e alagamento, e a falta de pastagem está afetando o estado nutricional dos animais. Problemas sanitários e doenças são preocupações constantes, com a necessidade de carrapaticidas e medidas preventivas.

Na bovinocultura de leite, as condições adversas aumentaram os riscos de acidentes, lesões e doenças como mastite. A leptospirose também é uma preocupação devido ao grande escoamento de água nas instalações.

Apicultura

A apicultura sofreu perdas significativas devido às chuvas, ventos e alagamentos, com muitos apicultores precisando suplementar a alimentação das colmeias. A comercialização do mel está paralisada, e os preços estão em baixa. Em algumas regiões, até 60% dos enxames foram perdidos, destacando a gravidade da situação.

A previsão é que, com a melhora das condições climáticas, as atividades agrícolas e pecuárias no Rio Grande do Sul possam se estabilizar, minimizando os prejuízos e preparando o terreno para a próxima safra.

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