sábado, junho 7, 2025
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O Espírito Santo na comunhão das Igrejas cristãs

Estamos celebrando no Brasil a Semana de Oração pela Unidade Cristã. Este programa que vem sendo realizado há quase 60 anos, e é uma das atividades ecumênicas que reúne várias denominações cristãs: a Aliança Batista do Brasil (ABB), a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e a Igreja Presbiteriana Unida (IPU), sob a coordenação e animação do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC).

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Esta iniciativa lança suas raízes no início do século passado, quando o reverendo norte-americano Lewis Thomas Wattson, da Igreja Anglicana, lançou a proposta a partir de um desejo do Papa Leão XIII. No hemisfério Norte, o programa é desenvolvido anualmente na semana de 18 a 25 de janeiro. No Brasil, é celebrado todos os anos entre as solenidades da Ascensão de Jesus e de Pentecostes. Desde 1968, é preparado conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas.

O que move a caminhada ecumênica é a convicção de que é o amor de Cristo que nos une (cf. 2Cor 5,14-20). Mesmo que as diferenças sejam mais visíveis e sentidas, partimos do horizonte da unidade, e não da perspectiva da divisão. O encontro com o outro e o testemunho mútuo da fé nos transformam e edificam mutuamente. Buscamos a unidade visível para compreender juntos a beleza de dialogar, conviver e caminhar juntos, em Cristo. Queremos descobrir juntos a atualidade e a alegria do Evangelho.

Além dessa perspectiva de comunhão no amor de Cristo, podemos entender o espírito e a prática ecumênica a partir da ação do Espírito Santo. Ele é a força de comunhão que une o Pai e o Filho e os faz presentes no coração dos fiéis e na história. É ele que une os fiéis a Jesus e à sua missão, e, por ele, ao Pai. É ele que suscita e sustenta a comunhão dos diversos membros de uma Igreja. É ele que unifica a fé que se expressa diversamente nas diversas Igrejas cristãs. É também ele que sustenta a unidade de todas as criaturas.

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São Cirilo de Jerusalém (313-386) descreve a ação do Espírito Santo usando a imagem da chuva. “Tudo tem necessidade de água. Ela sustenta as ervas e os animais. A água das chuvas cai dos céus sempre na mesma forma, mas produz efeitos muito variados, apesar de sua natureza ser sempre a mesma. A chuva não se modifica a si mesma em qualquer das suas manifestações. Ao cair sobre a terra, acomoda-se às estruturas dos seres que a recebem, dando a cada um deles o que necessita”.

“O Espírito manifesta-se de modo diferente em cada fiel, mas permanece sempre igual a si mesmo. Serve-se da língua de uns para comunicar o dom da sabedoria. Ilumina a inteligência de outros com o dom da profecia. A uns, fortalece na temperança; a outros ensina a misericórdia. Branda e suave é a sua aproximação; benigna e agradável é a sua presença; levíssimo é o seu jugo. Ele vem com o amor entranhado para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, iluminar…”

Seguindo na mesma perspectiva, podemos dizer que o único e mesmo Espírito Santo, enviado pelo Pai por Jesus Cristo, suscita e sustenta, de modos diferentes e originais, a graça salvadora de Cristo através das diversas Igrejas Cristãs. Em uma, ele brilha como a referência incontornável ao Evangelho. Em outra, ele se faz palpável no espírito sinodal. Em outra, sua força se mostra na união dos fiéis. A outra ainda, no apreço ao memorial Eucarístico. Tudo em vista da edificação de todos, e em nome de Cristo Jesus.

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Dom Itacir Brassiani msf

Bispo Diocesano de Santa Cruz do Sul

 

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