terça-feira, junho 17, 2025
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“Vocês também parecem ser discípulos dele…”

Na última terça-feira, a Diocese de Santa Cruz do Sul iniciou uma caminhada que culminará, em março de 2026, na elaboração do 13º Plano de Ação Evangelizadora. Esse processo não é novo, mas parte de uma caminhada de comunhão e participação iniciada em 1976, há quase 50 anos, articulada em torno do sonho de uma “Igreja Comunhão”.

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O processo da assembleia de 2025-2026, ocorre num período de acontecimentos muito relevantes para as comunidades cristãs católicas, além dos eventos climáticos extremos que se abateram sobre nós: as duas últimas assembleias gerais do Sínodo dos Bispos; o final do extraordinário ministério do Papa Francisco, que marcou a Igreja católica nos últimos 12 anos; o início do promissor ministério do Papa Leão XIV.

Além de manter nossos olhos fixos em Jesus de Nazaré e nossos ouvidos sintonizados com o seu Evangelho, acolhemos, dentre os muitos frutos maduros da caminhada sinodal, dois critérios que deverão guiar nossos passos. Eis o primeiro: “Toda a comunidade, na rica diversidade de seus membros, é convocada para rezar, escutar, analisar, dialogar, discernir e aconselhar na tomada de decisões para a missão” (Doc. Final do Sínodo, § 87).

O segundo critério-guia, também derivado da “realidade comunional” da Igreja e afirmado por uma longa tradição eclesial, complementa o anterior e se expressa nas seguintes palavras: “Nada sem o Bispo, nada sem o Conselho dos presbíteros, nada sem o consentimento do povo” (Idem, § 88). Com esses dois princípios desejamos assegurar uma participação ampla, qualificada e com responsabilidades diferenciadas.

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Mais que uma opção metodológica, a participação ampla e qualificada de todos os fiéis na definição dos rumos da Igreja diocesana é um dinamismo que brota do Espírito que nos unge, congrega e envia. No nome de “cristãos” que compartilhamos igualmente está nossa mais alta honra, e não há nada mais elevado que essa dignidade. Essa é a base da nossa fé e a força que nos faz caminhar juntos, como peregrinos de esperança.

Caminharemos escutando-nos uns aos outros, confiados uns nos outros. Juntos escutaremos também os apelos que Espírito que nos faz através da realidade, pois cremos que os olhos fixos no Senhor não nos afastam dos dramas da história, mas nos ajudam a reconhecer o sofrimento que nos rodeia e nos envolve e atravessa.  E quanto mais amamos o Senhor, mais livres e impulsionados seremos para servi-los nos pobres.

Além de levar-nos ao encontro dos diversos sujeitos e organizações da sociedade, a atitude de escutar-nos uns aos outros e de caminhar juntos nos conduz, inexoravelmente, a uma relação fraterna e ao diálogo com as Igrejas irmãs. A recente experiência sinodal nos pede mais atenção às relações ecumênicas: “O caminho da sinodalidade é e deve ser ecumênico, assim como o caminho ecumênico é sinodal” (Idem, § 23; cf. §§ 137-138).

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Caminhando com os pés no chão da realidade, de mãos dadas com os demais cristãos e com os olhos fixos em Jesus e no seu Evangelho, sentiremos a alegria de ser irmãos, membros do mesmo corpo, peregrinos da mesma esperança, servidores do Reino de Deus. Oxalá, vendo-nos assim, nossos irmãos e irmãs na aventura humana possam dizer, como foi dito de Pedro: “Vocês parecem ser discípulos dele…” (cf. João 18,25-27).

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