quarta-feira, maio 14, 2025
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Vigilância Sanitária convoca a população para o combate ao Aedes aegypti

Dengue

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Toda a população de Santa Cruz do Sul está convocada para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya. O apelo foi feito pela coordenadora do setor de Vigilância e Ações em Saúde da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, Francine Braga, diante do aumento do número de notificações de focos do inseto no município e o quadro geral que assola o país.

Segundo Francine, o último Levantamento de Índice Rápido (LIRAa), realizado em janeiro deste ano, indicou que Santa Cruz do Sul encontra-se com alto índice de contaminação – em 2024, já foram feitas 168 notificações e registrados oito casos positivos.

Apesar da situação preocupante, a coordenadora da Vigilância e Ações em Saúde, órgão da Secretaria Municipal de Saúde, acredita na capacidade de reversão do quadro, com o apoio da população. Ela relembra que, em 2021, Santa Cruz do Sul foi a cidade com o maior número de casos no Estado – mais de 5 mil, além de cinco óbitos por dengue e quatro casos de zika.

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Diante desta situação, ela salienta que o governo da prefeita Helena Hermany trabalhou para readequar sua estrutura e enfrentar o problema. A ampliação do número de agentes de endemias (atualmente são 27 profissionais), a aquisição de novos equipamentos e a instituição de novos protocolos para combater o mosquito (o uso de mapas de calor e o mapeamento da cidade através do LIRAa) surtiram efeito.

Durante os anos de 2022 e 2023, o município não registrou mortes por dengue e teve uma queda de mais de 80% no número de novos casos. Santa Cruz do Sul também se tornou cidade pioneira no Rio Grande do Sul no uso do larvicida biológico para o combate à proliferação de mosquitos.

Diante de resultados tão positivos, Francine acredita que será possível reverter o quadro apontado pelo último levantamento. “Durante dois anos consecutivos, nós ganhamos essa guerra. Tenho certeza de que, em 2024, temos condições de vencer também”.

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Para tanto, além das ações governamentais, ela salienta que a colaboração da população é indispensável. O último LIRAa demonstrou que apenas 3% do total de amostras positivas foram encontradas em terrenos baldios e áreas públicas – ou seja, 97% das larvas do Aedes aegypti estão em residências.

Francine destaca que a Vigilância já começou o bloqueio da área onde foram identificados os oito casos positivos. No momento em que uma pessoa com sintomas da doença chega a uma unidade de saúde do município, a ação já é iniciada para identificar o foco do mosquito. 

Conforme Francine, autoridades públicas, meios de comunicação e sociedade em geral precisam agir em conjunto para que o enfrentamento seja bem-sucedido. “O mosquito da dengue veio para ficar, está adaptado. Então, é necessário um trabalho constante, que não acaba amanhã.”

A população deve ajudar cuidando do seu próprio imóvel: é preciso evitar o acúmulo de água em baldes, potes, pneus e quaisquer outros objetos que possam reter o líquido, como cadeiras de praia, cozinhas de brinquedo e até carrinhos de bebê. Além disso, também é recomendada a instalação de telas em janelas e portas, evitando que o mosquito adentre os domicílios. Outra medida recomendada é a utilização de repelentes. “Inserir esse hábito na comunidade é um trabalho nosso, para que com os anos vire uma rotina”, afirma Francine.

Com relação a ferros velhos e cemitérios, ela informa que os locais recebem aplicação de inseticida a cada 15 dias. A população também pode denunciar terrenos baldios e outras áreas suspeitas de conterem focos do mosquito, entrando em contato com a Ouvidoria da Prefeitura (whatsapp 51 98443-0312) ou pelo e-mail [email protected] – o anonimato é garantido. “Essas situações precisam chegar ao Poder Público para que possamos adotar as medidas necessárias”, justifica.

Francine também anuncia que, dentro de aproximadamente duas semanas, a Prefeitura deverá iniciar a aplicação do larvicida biológico – produto homologado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – por toda a cidade, priorizando, inicialmente, as áreas onde os casos positivos foram identificados. O produto, que não é inseticida, será aplicado com a máquina de fumacê e tem efeito contra mosquitos e insetos em geral.

O secretário de Saúde, Fabiano Dupont, reforçou o apelo à comunidade e destacou o compromisso com o combate ao mosquito. “A Prefeitura lançará mão de todos os recursos disponíveis para trazermos a cidade novamente a um ambiente controlado em relação ao Aedes e à dengue. Pedimos a cada cidadão que se some a nós nesta luta”.

Óbito

 – Para Francine Braga, a morte registrada em Santa Cruz do Sul de uma pessoa com dengue é fator de preocupação, mas não reflete a realidade da cidade. O indivíduo de 65 anos era portador de várias comorbidades. “Isso precisa ser visto dentro de um contexto. Trata-se de um caso isolado, se levarmos em consideração todo o aparato que utilizamos para combater a doença”.

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