quinta-feira, maio 15, 2025
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Sucessão de Francisco: Conclave começa dia 7 com expectativa de escolha rápida do novo papa

Cerimônia reunirá 133 cardeais eleitores na Capela Sistina. Cinco nomes despontam como favoritos

Rosibel Fagundes

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O Conclave para eleger o novo papa da Igreja Católica começará na próxima quarta-feira, 7 de maio, às 11h30 (horário de Brasília; 16h30 em Roma). A data marca o fim do período de luto pela morte do papa Francisco, sepultado no último dia 26 de abril.

A cerimônia solene terá início com a tradicional missa Pro Eligendo Pontifice, celebrada na Basílica de São Pedro às 10h (5h de Brasília). Após o almoço, os cardeais se reúnem para orações na Capela Paulina e, às 11h15 (horário de Brasília), seguem em procissão até a Capela Sistina, entoando o cântico Veni Creator Spiritus. Lá, os 133 cardeais com menos de 80 anos — número que inclui sete brasileiros — farão o juramento de sigilo e isolamento, dando início à votação secreta.

Este será o 26º Conclave realizado na Capela Sistina. A eleição exige que o candidato eleito alcance ao menos dois terços dos votos. Com 133 eleitores confirmados, serão necessários 89 votos para a escolha do novo pontífice. São permitidas até quatro votações por dia: duas pela manhã e duas à tarde.

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Se não houver decisão até o terceiro dia, uma pausa de 24 horas será feita para orações e reflexão. Persistindo o impasse após 34 rodadas de votação, os dois cardeais mais votados disputarão um “segundo turno” simbólico — ainda exigindo dois terços dos votos.

Quem são os favoritos?

Cinco cardeais se destacam nas articulações internas e são apontados como fortes candidatos ao papado:

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Pietro Parolin (Itália, 70 anos)

Atual secretário de Estado do Vaticano, Parolin é o “número 2” da Igreja desde 2013. Conhecido por sua atuação diplomática e perfil moderado, representa a continuidade das reformas iniciadas por Francisco. Foi peça-chave nas negociações com China, Cuba e México.

Matteo Zuppi (Itália, 69 anos)

Arcebispo de Bologna e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é visto como o favorito do setor progressista. Tem longa trajetória de defesa dos direitos humanos e mediação de conflitos, incluindo o histórico acordo de paz em Moçambique. Foi enviado do Vaticano para a guerra na Ucrânia.

 

Pierbattista Pizzaballa (Itália, 60 anos)

Patriarca Latino de Jerusalém desde 2016, é responsável por uma das regiões mais sensíveis do cristianismo. Nomeado cardeal por Francisco em 2020, ganhou destaque ao se oferecer como refém ao Hamas durante o conflito em Gaza, em 2023. É conservador em temas doutrinários, mas aberto ao diálogo.

Luis Antonio Tagle (Filipinas, 67 anos)

Apontado como “Francisco asiático”, Tagle tem perfil missionário, forte carisma e comunicação moderna. Próximo do papa falecido, defende uma Igreja voltada para os pobres e os marginalizados. Foi arcebispo de Manila e atualmente atua na Cúria Romana com forte influência sobre o clero asiático.

Peter Erdő (Hungria, 72 anos)

Arcebispo de Budapeste, Erdő é um dos nomes mais experientes do Colégio Cardinalício. Tem formação sólida em teologia e direito canônico e liderou importantes sínodos sobre a família. Apesar do perfil conservador, é considerado moderado e respeitado por diversas alas da Igreja.

Participação brasileira

O Brasil, país com a maior população católica do mundo, terá sete cardeais aptos a votar no Conclave:

Sérgio da Rocha, 65 anos – Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil

Jaime Spengler, 64 anos – Presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre

Odilo Scherer, 75 anos – Arcebispo de São Paulo

Orani Tempesta, 74 anos – Arcebispo do Rio de Janeiro

Paulo Cezar Costa, 57 anos – Arcebispo de Brasília

João Braz de Aviz, 77 anos – Arcebispo emérito de Brasília

Leonardo Ulrich Steiner, 74 anos – Arcebispo de Manaus

Dois deles, no entanto, informaram que não comparecerão, o que reduz o número de votantes brasileiros a cinco. Os nomes dos ausentes ainda não foram oficialmente confirmados.

Expectativas

Fontes do Vaticano estimam que o Conclave deva durar entre dois e três dias, como ocorreu nas últimas eleições. Há consenso entre os cardeais sobre a necessidade de um papa que una tradição e renovação, após um pontificado marcado por reformas, abertura ao diálogo inter-religioso e forte atenção aos temas sociais.

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