A erva-mate é uma planta nativa do bioma Mata Atlântica. É uma espécie que precisa de sombra para se desenvolver e não tem problemas de convivência com outras espécies. Sendo assim, o sistema agroflorestal de erva-mate é uma prática recorrente, que aproveita a localização da planta em seu estado natural.
O extensionista da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Ilvandro Barreto de Melo, explica a diferença entre um sistema agroflorestal e um plantio de erva-mate sombreada. “A erva-mate sombreada é aquela que se encontra no meio, implantada em um bosque, em uma floresta, em uma cobertura de árvores ao acaso. Já o sistema agroflorestal é um sistema estudado, é um sistema planejado, que vai calcular o número de plantas de erva-mate por hectare, não vai ser ao acaso. Ele vai calcular o número de espécies arbóreas que vão fazer sombra”, diz Ilvandro.
Desta forma, o engenheiro afirma que o sistema agroflorestal tem um sistema diferente e mais rigoroso do que o sombreamento. Ambos podem ter vantagens em relação ao cultivo a pleno sol.
Ilvandro garante que, se bem organizado, pode obter uma produtividade muito semelhante, ou melhor, aos sistemas de pleno sol. “Não que o sistema de pleno sol não seja um bom sistema de implantação de erva-mate, mas a tendência é uma procura maior de matéria-prima pela indústria quando essa erva-mate vem de uma área sombreada ou vem também de um sistema agroflorestal bem organizado”, finaliza.
Os sistemas agroflorestais de erva-mate podem apresentar distintas características, plantada juntamente com grãos, tipo feijão, milho, até mesmo com mandioca. “É muito utilizado esse sistema, principalmente na região dos Vales, na região de Venâncio Aires, e também a utilização da erva-mate com espécies arbóreas, que tem sim encontrado um grande avanço nas propriedades rurais, porque o produto, quando produzido no ambiente com outras espécies, apresenta uma melhor qualidade”, conclui.