EDUCAÇÃO
Rafaela Rodrigues Castilhos, é estudante do 3º ano do Ensino Médio, da Escola Alexandrino de Alencar
Rosibel Fagundes
A estudante do 3° ano, da Escola Estadual de Ensino Médio Alexandrino de Alencar, Rafaela Rodrigues Castilhos, de 18 anos, foi a vencedora da categoria do Ensino Médio do Prêmio Ajuris de Redação nas Escolas. A iniciativa que chega a sua terceira edição, é desenvolvida pela Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), e tem o objetivo de aproximar os estudantes de escolas públicas federais, estaduais e municipais gaúchas da Magistratura, promovendo a reflexão sobre o papel da Justiça na sociedade e sua presença nas comunidades.
Rafaela que conquistou o prêmio com a redação intitulada “A essência que nos une”, se diz realizada por ter alcançado essa conquista. “O concurso da Ajuris foi o primeiro, e agora pretendo fazer outros. Foi uma experiência incrível receber essa premiação! Sempre gostei de desafios, e ver meu esforço sendo reconhecido foi muito gratificante. Sinceramente, não esperava conquistar o primeiro lugar diante de tantas pessoas talentosas, mas tinha esperança de que meu texto fosse notado e que eu tivesse a chance de estar na revista”, disse.
Moradora da localidade de Campo do Sobrado, a jovem que reside com os avós desde bebê, fala que suas maiores fontes de apoio e incentivo são a família e a professora Carolina Hertz.
“O apoio da minha professora e da minha família foi essencial nesse processo, me motivando a dar o meu melhor. Meus avós sempre me orientaram a estudar, a me dedicar, a me esforçar para ser alguém na vida. Com eles, aprendi a importância da educação e o valor do trabalho árduo para conquistar nossos sonhos. Mesmo nas dificuldades, eles nunca deixaram de me motivar, e com isso, encontrei forças para seguir em frente, sabendo que tinha o apoio deles. Além dos meus avós, tenho uma tia que sempre me orientou a buscar o melhor de mim mesma”, destaca.
No total, foram 103 redações de escolas públicas do Rio Grande do Sul, sendo 47 do Ensino Fundamental e 56 do Ensino Médio. Neste ano, o texto para o tema era: “Ouçam bem o que eu venho dizer: Quem a justiça precisa ouvir?”.
Como 1ª colocada na categoria de Ensino Médio, Rafaela recebeu como premiação um notebook, o certificado de premiação e a publicação na revista do Prêmio em 2025. A mesma premiação também recebeu a 1ª colocada na categoria Ensino Médio, Isabela Thiesen Franke, 14 anos, estudante do 8º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Curupaiti, de Vale Verde. Com a redação intitulada “Muros de (des)igualdade”. A jovem foi orientada pela professora Alexandra Rosa.
“O notebook foi um bônus maravilhoso”
Ao falar sobre sua trajetória de estudos, ela recorda com carinho da época em que não tinha computador para estudar e fazer os trabalhos da escola, e recorria ao computador dos primos. “Somos muito unidos e sempre dividimos nossas coisas. Esse vínculo de apoio sempre esteve presente, e nunca foi um problema dividir o notebook deles, porque sempre estive disposta a ajudar também”, destaca.
Conforme Rafaela, apesar do notebook ser um item essencial para seu aprendizado e necessário para estudar, o objetivo de participar do concurso foi de superar seus próprios limites e compartilhar ideias através da escrita. “Gostei muito do prêmio, mas a verdade é que não participei pensando no material em si. O reconhecimento e a experiência em si já foram as maiores recompensas. O notebook foi um bônus maravilhoso, já que eu não tinha um, mas o aprendizado e o apoio que recebi ao longo do caminho foram o mais importante”, esclarece.
Dicas de leitura para ampliar o domínio sobre a escrita
Para quem quer melhorar a escrita, a dica da estudante é a leitura. “Comecei a ler de ‘verdade’ aos 12 anos, antes eu não gostava muito, e depois de alguns anos, comecei a escrever. O motivo para começar a escrever foi melhorar meu português, que eu achava fraco na época. Para quem quer melhorar, a prática da escrita e a leitura são fundamentais, e com o tempo, você percebe sua evolução. A confiança vem com a experiência”, esclarece.
Entre as dicas de leitura, ela recomenda explorar autores que misturam diferentes gêneros e temas. “Se você gosta de romances mais leves, mas com algo a mais, Vi Keeland ou Kenadee Bryant são ótimas pedidas. Já para algo mais reflexivo e profundo, Clarice Lispector é indispensável. Gosto de outros escritores, porém essas são as leituras que mais me marcaram como leitora”, destaca.
Recentemente, ela começou a ler Gean Paulo Naue, um escritor gaúcho, que se destaca por seus contos infantis que abordam temas polêmicos de forma sensível e instigante. “Seus textos me fizeram pensar sobre como a literatura pode ser uma ferramenta para lidar com questões complexas de forma acessível”, finaliza.