sexta-feira, junho 20, 2025
InícioEdição em TextoChuvas no Rio Grande do Sul deixam mais de 4 mil fora...

Chuvas no Rio Grande do Sul deixam mais de 4 mil fora de casa e 98 cidades registram estragos

Três pessoas morreram e uma segue desaparecida

Esta entrada é parte da 16 do 25 na série 21/06/2025

CHUVA INTENSA

- Publicidade -

 

Rosibel Fagundes

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última segunda-feira, 16, provocaram uma série de transtornos em várias regiões do Estado. Com volumes de precipitação que ultrapassaram os 300 milímetros em alguns pontos, as consequências vão de alagamentos a deslizamentos de terra, além de quedas de árvores, bloqueios de rodovias e evacuações emergenciais.

- Publicidade -

De acordo com o boletim divulgado pelo Governo do Estado na manhã desta sexta-feira, 20, subiu para 98 o número de municípios afetados com as chuvas. Até o momento, duas mortes foram confirmadas: uma em Candelária e outra em Nova Petrópolis. Além disso, uma pessoa continua desaparecida. Mais 550 de pessoas e 125 animais já foram resgatados, enquanto que 4011 pessoas desalojadas, destas 2005 estão em abrigos e quase 3 mil estão desalojadas.

Em Candelária, Geneci da Rosa, de 54 anos, morreu após o carro em que estava com o marido ser arrastado pela correnteza de um arroio no interior do município. O corpo foi localizado na terça-feira, mas o homem de 65 anos que a acompanhava segue desaparecido. Já em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha, Mário César Trielweiler Gonçalves, de 22 anos, perdeu a vida ao tentar atravessar o Rio Caí com um veículo de emergência, que acabou sendo levado pela água.  A terceira morte foi registrada em Sapucaia do Sul. Um homem homem após a queda de uma árvore.

Os municípios de Dona Francisca, Cerro Branco, Agudo, Nova Palma, Cruzeiro do Sul, Passa Sete e São Sebastião do Caí decretaram situação de emergência na quinta-feira, 19. Em Jaguari, o cenário é ainda mais crítico: o município declarou estado de calamidade pública após a cheia do Rio Jaguari, que deixou 120 pessoas desabrigadas e 900 desalojadas.

- Publicidade -

O Hospital Paraíso, no município de Paraíso do Sul, a energia elétrica e o abastecimento de água já foram restabelecidos. Localizado na Vila Paraíso, os moradores da cidade seguem sem acesso ao hospital.  Em Rolante, por causa do risco de alagamento, 11 pacientes foram transferidos da Fundação Hospitalar e seguem internados no Hospital de Santo Antônio da Patrulha.

Em porto Alegre, o nível do Guaíba segue em elevação, e na medição de 9h15 desta sexta-feira, 20, estava em 2,25 metros no Caís Mauá conforme a Rede Hidrometeorológica Nacional. A cota de transbordamento é de 3 metros no local. A situação nas Ihas, preocupa já que o limite de transbordamento é 2,10 metros.

Situação no Vale do Rio Pardo

Em Passo do Sobrado, diversas casas foram invadidas pela água, especialmente na região próxima ao antigo engenho de arroz, no centro. As escolas da rede municipal e estadual tiveram as aulas suspensas na quarta-feira,18, por medida de segurança. A prefeitura também iniciou uma campanha de arrecadação de doações, que estão sendo recebidas no ginásio Rui Barbosa. A grande quantidade de água provocou estragos na ponte do corredor Rincão do Timbuava, que foi interditada. De acordo com os Bombeiros Voluntários do município, seis famílias foram retiradas de suas casas entre a terça e a quarta-feira, com apoio da prefeitura e órgãos de segurança. Algumas foram levadas para o Ginásio Rui Barbosa, para as salas de aula onde foram montados pequenos abrigos. Outras foram para casa de familiares. Mas, muitas já retornaram para suas residências. As áreas de maior risco seguem sendo monitoradas.

 

Em Vale Verde, dois pontos ficaram temporariamente intransitáveis devido ao acúmulo de água, a ponte da Lomba Alta e o acesso à Picada do Queijo. Um desvio pelo Cerro do Chileno garantiu o tráfego. Na localidade de Passo do Monte Alegre, a água interrompeu a passagem, mas o nível já começou a baixar. Em alguns locais, como no Corredor dos Cláudio, há restrição de tráfego para veículos leves devido a danos nas estruturas. Segundo o prefeito Ricardo Froemming, as demais estradas estão sendo monitoradas e passam por manutenção emergencial.

 

Em Santa Cruz do Sul, o nível do Rio Pardinho está baixando. Na altura do Bairro Várzea de Santa Cruz do Sul, o curso d’água já voltou ao seu leito e estava em 5,54 metros por volta das 8h20 desta sexta-feira, 20, segundo medição da Defesa Civil municipal. No Pavilhão da Oktoberfest, na manhã desta sexta-feira, 20, haviam ainda 63 pessoas instaladas, no momento mais crítico, o número havia chegado a 152 pessoas, e em outro pavilhão haviam 90 animais de estimação. No ginásio da Escola Municipal José Leopoldo Rauber, no bairro Rauber tem três famílias.  O bairro Navegantes, às margens do Rio Pardinho, é um dos mais afetados e o acesso só é possível com caminhões ou embarcações. No bairro Rauber, há risco de transbordamento do Arroio das Pedras, enquanto no Belvedere, ônibus e caminhões continuam proibidos de circular pela Rua João Werlang por risco de desmoronamento. A Defesa Civil registrou cerca de 290 milímetros de chuva acumulada até a manhã de quinta-feira, 19. A secretária de Desenvolvimento Social, Fátima Alves da Siqueira, reforçou o apelo por doações de cestas básicas, produtos de limpeza e brinquedos para as crianças abrigadas. O prefeito Sérgio Moraes alertou para a necessidade de revisão da canalização em áreas onde houve alagamento pela primeira vez, como o Arroio Grande.

 

 

Em Venâncio Aires, o grande volume de chuva especialmente na região serrana do município, levou à suspensão das aulas em algumas escolas.  Três famílias foram retiradas de suas casas e apenas uma precisou ser abrigada no Parque do Chimarrão. Uma medição na manhã desta sexta-feira, 20, em Vila Mariante indicava que o nível do rio estava em 14,14 me e apenas uma família (duas pessoas), seguiam no abrigo municipal no Parque do Chimarrão. Estradas vicinais do 2º e 9º distritos, seguem sem passagem para veículos leves. Houve ainda deslizamento em Linha Cachoeira Baixa. Máquinas da Prefeitura trabalharam durante toda a tarde de ontem e a passagem foi normalizada. 

Em Rio Pardo, em 24 horas foram registrados 174, 7 milímetros de chuva. Seis famílias foram retiradas preventivamente na Travessa Camargo, entre a terça e quarta-feira. Outras pessoas foram deslocadas após um desmoronamento na Vila do Hospital. A Defesa Civil mantém o alerta devido aos diversos pontos de alagamento registrados.

 

Em Candelária, os bombeiros retiraram do rio na quinta-feira, 19, o carro arrastado pela correnteza no Arroio Minhoquinha e intensificam as buscas pelo homem desaparecido. A equipe utiliza um barco a remo para percorrer o trajeto n o Arroio Molha Grande.

Já em Sinimbu, a Prefeitura interditou na terça-feira,17, todas as passagens provisórias e passos do município devido ao volume de 120 milímetros de chuva registrado em apenas um dia. O município, que já foi um dos mais afetados pelas cheias em 2024, volta a enfrentar dificuldades.

As equipes de Defesa Civil e as prefeituras seguem em alerta, prestando auxílio e monitorando as condições climáticas que ainda indicam possibilidade de novas chuvas nos próximos dias.

Navegação da série<< Deputado Alceu Moreira destina emenda de R$ 250 mil para nova escola em Vale Verde >>
- Publicidade -
MATÉRIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

ÚLTIMAS