segunda-feira, fevereiro 17, 2025
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Até que, após quatro anos…

Crônicas

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1º lugar – Até que, após quatro anos

Aluna Isabela Thiesen Franke,

professora orientadora Alexandra – 8º Ano da Escola Curupaiti

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Até que, após quatro anos…

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Em Vale Verde tudo parece calmo e previsível. As ruas serenas e o vento que balança as árvores, participam do dia a dia dos moradores. Tudo segue o mesmo ritmo, até que, a tranquilidade é quebrada: é tempo de eleição municipal.

A cidade muda de cara. As casas ganham números, siglas, bandeiras e cores. A política passa a ser o tema preferido, da criança ao idoso. É uma paixão herdada da família, passada de geração em geração.

Os mais calados, mostram suas vozes. Os que mal se olhavam, tornam-se amigos. A união acontece como magia e até as diferenças são esquecidas, quando a torcida é para o mesmo candidato. Mas o contrário também vem com toda força. Opostos passam a se enfrentar nos olhares, nas conversas e nas redes sociais. Antigas e novas desavenças vem à tona, trazendo o sentimento de adversidade e oposição.

As tardes, que antes eram de descanso, ganham energia. Os comitês passam a ser ponto de encontro. Comícios tornam-se eventos imperdíveis. Carreatas surgem com bandeiras, buzinaços, a música que já não sai mais da cabeça, e claro, a contagem atenta dos carros. A tensão e a ansiedade tomam conta. A cidade fica elétrica, o ar pesado e carregado de expectativa.

Chega o dia da votação! Vale Verde acorda diferente. O sol nem nasceu direito e já tem gente se encaminhando para a urna, na ansiedade de apertar o “confirma”, a tecla verde que define tudo. O voto dá sensação de alívio e missão cumprida… agora é esperar. Quando o relógio começa a se aproximar das 17h, os eleitores aguardam o resultado com aperto no peito. O silêncio se estabelece. Cada minuto parece interminável. Resultado confirmado! Começa a ser compartilhado, até que todos o conheçam. Enquanto os vencedores celebram com entusiasmo, abraços e fogos de artifício, quem perde enfrenta em silêncio o amargo gosto da derrota. Olhares se desviam, conversas diminuem.

Após as intensas comemorações e a tristeza da perda, a cidade, que há pouco fervilhava, lentamente se acalma. A realidade se impõe… e assim, Vale Verde se reencontra com a rotina. O silêncio volta às ruas, o vento passa a ser percebido, e a vida segue o seu curso. A efervescência dá lugar ao habitual. A energia intensa das eleições se dissolve no cotidiano, dando espaço à esperança e ao desejo de que o progresso se instale. Até que, após quatro anos…

 

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