Na última quarta-feira, 14 de agosto, o salão paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima foi palco do 23º Encontro Diocesano de Sementes Crioulas. Organizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Diocese de Santa Cruz do Sul, o evento reuniu cerca de 300 pessoas, a maioria agricultores e agricultoras dos diversos municípios abrangidos pela diocese.
O encontro, que se tornou uma tradição na região, tem como principal objetivo discutir e incentivar a preservação e a troca de sementes crioulas – variedades locais adaptadas a diferentes condições ambientais e culturais – além de fortalecer os vínculos entre os produtores locais.
A cerimônia de abertura contou com a presença do Administrador Apostólico, Dom Aloísio Alberto Dilli, que ressaltou a relevância do encontro para a manutenção da biodiversidade e da cultura agrícola regional. “Este é um momento de grande importância para nossa diocese e para todos os agricultores que trabalham pela conservação das sementes crioulas. Elas representam não apenas um patrimônio genético, mas também um legado cultural e espiritual que precisa ser preservado”, afirmou Dom Aloísio em seu discurso.
Após a fala, Dom Aloísio realizou uma bênção especial das sementes e dos agricultores presentes, simbolizando o apoio da Igreja ao trabalho realizado no campo. Em seguida, os participantes foram convidados a trocar experiências e sementes, fortalecendo a rede de conhecimento e cooperação entre as comunidades agrícolas.
Preservação e autonomia
O Encontro Diocesano de Sementes Crioulas destacou a importância da autonomia dos agricultores na produção de suas próprias sementes, um ato que reforça a sustentabilidade e a independência dos grandes sistemas de produção agrícola. Segundo Maria do Carmo, agricultora de Venâncio Aires e participante do encontro, a troca de sementes é fundamental para manter a diversidade e a saúde dos cultivos.