Boa tarde amigos leitores.
Será a qualificação da camada inicial das Forças Armadas?
* Serviço Militar para mulheres
É sabido que o serviço militar obrigatório é uma exclusividade ou uma imposição para os homens. Esse serviço militar é aquele que os homens prestam ao completarem 18 anos, quando devem se alistar em uma das Forças Armadas brasileiras.
Este ano uma novidade: foi ofertada às mulheres a possibilidade de se alistarem para prestar serviço militar, porém, diferentemente do que ocorre com os homens, para elas foi a título de serviço militar voluntário. E a procura superou todas as expectativas!
* O Serviço Militar
Conforme o site do Governo Federal, o serviço militar consiste no exercício de atividades específicas desempenhadas pelas Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e compreenderá, na Mobilização de Pessoal, todos os encargos com a Defesa Nacional e terá a duração normal de 12 (doze) meses. Todos os brasileiros são obrigados ao Serviço Militar, conforme previsto no Art. 143 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
A obrigação para com o Serviço Militar, em tempo de paz, começa no 1º dia de janeiro do ano em que o cidadão completar 18 (dezoito) anos de idade e subsistirá até 31 de dezembro do ano em que completar 45 (quarenta e cinco) anos. Sabia disso amigo leitor?
Conforme se depreende dos conceitos acima, o serviço militar obrigatório é destinado a homens dos 18 aos 45 anos de idade. Normalmente essa prestação de serviço dura um ano (doze meses), geralmente quando o homem completa os 18 anos, porém, neste interstício de tempo dos 18 aos 45 anos, o alistado pode ser convocado a prestar os serviços miliares, em especial na defesa nacional.
* Obrigatoriedade
Como já dito, o serviço é obrigatório aos homens, ao completarem os 18 anos. Em face dessa obrigatoriedade, a oferta de recrutas sempre foi maior do que a necessidade em face das vagas limitadas a serem preenchidas. Assim é muito comum que a maioria dos homens sejam dispensados de prestar o serviço militar obrigatório. Da mesma forma, como a oferta de recrutas é muito grande, não é raro que aqueles que não têm interesse de prestar o serviço militar obrigatório sejam “dispensados”, seja por excesso de contingente, seja a pedido, afinal, para seu lugar existem muitos outros candidatos.
* As mulheres…
Este ano foi possibilitado às mulheres prestar o serviço militar, mas não por obrigação e sim de forma voluntária. O serviço militar inicial é de 12 meses e, assim como no masculino, pode ser prorrogado por até oito anos. A idade é a mesma dos homens: 18 anos.
A procura pelo serviço militar feminino foi bastante grande: acredita-se que foram feitas mais de 33.700 (trinta e três mil e setecentas) inscrições, para um total de 1.400 (mil e quatrocentas) vagas. Isso dá uma média aproximada de 24 candidatas para cada vaga…
Pode ser que seja a novidade, pode ser que as mulheres vejam a possibilidade como uma alternativa para entrar no mercado de trabalho, pode ser mesmo que queiram seguir a carreira militar, mas essa procura surpreendeu.
Em muitos países o serviço militar feminino já é, há muito tempo, uma realidade, sendo inclusive obrigatório. Geralmente elas ocupam funções administrativas ou de logística, mas aos poucos vão ocupando espaços na tropa. Há um tempo atrás acompanhei uma discussão sobre se as sociedades modernas estariam preparadas para ver mulheres militares no campo de batalha, correndo os mesmos riscos e perigos e enfrentando a mesma realidade que os homens. Foi bastante interessante! O que o amigo leitor pensa a respeito?
* A qualificação do serviço militar
Antes que o amigo leitor pense que eu me refiro à qualificação do serviço militar brasileiro apenas pelo fato de aceitar mulheres em suas linhas, que já esclareço: não é esse o foco!
O que vai qualificar o serviço militar será a seleção que deverá ser feita entre as mulheres, pois como dito, há 24 candidatas para cada vaga.
No momento em que se fizer essa seleção, obviamente que passarão as mais aptas, tanto fisicamente, como intelectualmente e até mental e emocionalmente. Em consequência, se só as mais aptas, ou as melhores, serão selecionadas, é de se esperar que os serviços prestados por elas seja, também, os melhores e mais qualificados, certo?
Para exemplificar: o preenchimento das vagas femininas será no varejo, enquanto que no caso das vagas masculinas é no atacado, se é que o amigo leitor me entende (essa foi boa, kkk).
Volto a dizer: o grande diferencial será a seleção, não o gênero do candidato. O mesmo aconteceria com os homens, caso houvesse uma seleção semelhante.
O nome “seleção”, ou prova de seleção, teste de seleção, exame de seleção, concurso de seleção, se presta a isso mesmo: selecionar os mais capazes (e melhores).
* E tem mais…
Antes de vir para o Vale Verde, há mais de 22 anos, eu trabalhava em Porto Alegre em uma escola de Ensino Médio, escola pública, Colégio Tiradentes da Brigada Militar, que era considerada escola de educação e ensinos de excelência. Dali saíam os melhores alunos para as universidades e faculdades, além de muitos outros concursos públicos. Qual era o grande diferencial desta escola? A prova de seleção que os alunos prestavam.
Em um determinado ano, que agora não lembro, kkk, tivemos quase 600 candidatos inscritos para 60 vagas no primeiro ano do Ensino Médio; média de 10 candidatos por vaga. Obviamente que foram classificados os melhores. Uma vez aprovados e iniciadas as aulas, cabia ao professor só lapidá-los, tarefa relativamente simples quando se trabalha com os melhores. Infelizmente é uma escola de exceção na rede pública estadual.
Veja bem: não era a farda, não eram os brigadianos e nem a estrutura militar que faziam os alunos melhores. Esses elementos até contribuíam, mas o diferencial eram os melhores alunos selecionados sendo trabalhados por professores competentes.
É por isso que reafirmo: a seleção das recrutas mulheres vai qualificar o serviço militar na camada inicial das forças armadas, não tenho a menor dúvida; basta que saibam como aproveitar tamanho potencial funcional. Vamos ver como a coisa fica e ver se dá certo. Creio que derá!
Ah, e sem falar que isso, a seleção, é meritocracia pura. Mas isso é assunto para outro momento, pois que não se esgota. Voltaremos.
Bom fim de semana e até à próxima, se Deus quiser.
PS: E esse friozão, hein? Parece inverno, né? Em breve estaremos reclamando do calorão, com certeza, hahahahahah.
