Bom dia amigos leitores
* A economia nacional (e mundial) na mira dos EUA
A grande questão desta semana foi a imposição de (mais) impostos e taxas sobre os produtos brasileiros pelos Estados Unidos da América.
Durante vários dias se falou, escreveu e discutiu o quanto essa disposição do governo americano prejudicaria a economia brasileira (e a mundial, de uma forma geral). Muito se especulava e, em face dessas especulações, preparou-se para o pior cenário. Claro que durante esse tempo, muitas foram a negociações e tratativas de diplomatas brasileiros com os representantes norte-americanos no sentido de evitar ou amenizar o volume de tal iniciativa.
Publicadas as taxas que o governo americano vai impor aos produtos brasileiros, 10% (dez por cento), o consenso é que poderia ter sido pior, afinal, teve países que foram taxados em quase 40% (quarenta por cento).
* Por que de nossa preocupação?
É de se perguntar se o cidadão comum, ou até mesmo nós, moradores de pequenas cidades do interior do Rio Grande do Sul temos alguma coisa a ver, ou a temer, com essa questão da imposição de taxas sobre os produtos que o Brasil exporte para os “steites”… E a resposta é sim!
Os Estados Unidos são grandes parceiros comerciais do Brasil. Importamos e exportamos para eles quase que na mesma medida. Qualquer alteração nesta relação comercial atingirá diretamente o bolso do consumidor, para o bem ou para o mal. Daí que esse assunto nos diz respeito muito diretamente.
A grande questão a que devemos nos atentar é a de se houver uma “guerra tarifária” entre os Estados Unidos e o Brasil, pois daí serão taxados pelo governo brasileiro os produtos que vem dos Estados Unidos, e muitos produtos vem dos EUA, aumentando seus custos e, por conseguinte, alimentando a inflação, desvalorizando o real, e tornando a nossa vida um pouco mais difícil. E cara.
Para nós isso é ruim, pois como consumidores, queremos sempre o melhor preço pelo melhor produto. Mas para o Brasil como um todo entendo que seja necessária essa tarifação do que vem de fora, pois é preciso proteger a indústria e o comércio nacionais da concorrência estrangeira, em especial com os americanos. Tanto que já foi aprovado pelo Congresso Nacional um projeto de lei que autoriza a “reciprocidade” nas relações comerciais internacionais do Brasil.
Ah, e segundo os entendidos, a maioria deles ao menos, a tendência é a retaliação à economia norte-americana, o que quer dizer que, mais cedo ou mais tarde, vai sobrar para nós então.
* A Lei da Reciprocidade Econômica
É como está sendo chamado o projeto de lei que o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados mais o Senado Federal) aprovou esta semana permitindo ao governo brasileiro retaliar países ou blocos que imponham barreiras comerciais aos produtos brasileiros. Na prática significa que o Brasil pode “responder” de maneira equivalente às medidas adotadas por outro país nas relações comerciais internacionais. É como eu disse acima: a ideia é proteger a economia nacional.
* O mundo vai retaliar
Essa é a constatação inicial. Os países que mais foram atingidos por esta iniciativa americana vão partir para o conflito: imporão aos produtos americanos as mesmas taxas que estes impõe aos seus. China e Europa, os mais impactados, já estão se mobilizando. Claro que o objetivo é evitar uma “guerra” comercial, mas se as negociações forem infrutíferas, é esse o caminho natural das coisas. E aí já se sabe: em uma guerra, independentemente de que tipo seja, perdem todos… Até quem ganha, perde!
* E para o Brasil, qual a solução?
Eis aí uma questão que, neste primeiro momento, não tem uma resposta “certa” ou definitiva.
Quando ouvidos especialistas e entendidos sobe o melhor caminho a ser adotado pelo Brasil as opiniões são divididas. Há uma certa quantidade de conhecimento de causa acompanhada por um pouco de especulação, de achismo (o meu, por exemplo, kkk), de “talvezes” e de “vamos ver como vai para ver como fica…”.
Alguns dizem que o Brasil precisa reafirmar seu papel no cenário político-econômico mundial e, alinhando-se aos demais países implicados nessa questão, adotar práticas retaliatórias, até para mostrar ao presidente americano que ele não pode fazer o que bem quer na hora que bem entende. Para esses, é preciso fortalecer a autonomia brasileira e seu papel no contexto econômico internacional.
Outros, dizem que o Brasil deve acatar a imposição americana sem retaliar, objetivando ter algum ganho ou desenvolver algumas estratégias de ganho, pois alguns concorrentes do Brasil no mercado norte-americano receberam uma taxação mais pesada, o que pode significar uma boa oportunidade para a economia brasileira. Necessariamente é uma questão relativa, pois Israel, por exemplo, aboliu todas as taxas que impunha sobre os produtos que importa dos Estados Unidos, e acabou sendo taxado também…
Outros agem com mais cautela, pois é preciso uma análise mais ampla, complexa e profunda dos impactos dessa taxação na economia brasileira, bem como a análise de possíveis senários de agravamento, ou não, da situação. É como dizem: “o jogo está só no começo…”.
Como um “achista” eu me alinho a esses últimos. Nenhum conflito é bom, ainda mais quando o adversário são os Estados Unidos. No entanto, é bom já termos uma lei de retaliação à disposição, caso necessário, afinal, Trump tem também que se dispor à negociação e não apenas impor sua vontade e dizer “se virem!”. Concorda comigo amigo leitor?
Vamos ver. Muitos desdobramentos desta questão ainda estão por vir.
Bom fim de semana e até à próxima, se Deus quiser.