Rosibel Fagundes
A escassez de mão de obra para o plantio e, principalmente, a colheita, além de outros fatores que impactam a cadeia produtiva de tabaco, tem feito com que os fumicultores busquem formas de otimizar a produção. Uma das opções, além da diversificação de culturas como grãos, tem sido a divisão do plantio em duas safras: a de verão que é a safra normal, e a de inverno.
Na região do Vale do Rio Pardo, muitos fumicultores estão aderindo a essa prática nos últimos anos. É o caso de Lauri Anhanhaia, que reside na localidade da Malhada, no interior de Passo do Sobrado. Este é o segundo ano, que ele se dedica a produzir o tabaco de inverno. Dos 58 mil pés ao todo, 18 mil já estão plantados nesta estação, desde o último dia 09. O restante, serão plantados na safra de verão. O trabalho de semeadura nas bandejas teve início em fevereiro e a previsão de colheita é entre o fim do mês de junho e início de julho.
Mesmo com a questão climática podendo impactar, já que o tabaco é sensível a geada, ele acredita que os benefícios podem ser maiores do que os riscos.
“No ano passado eu fiz a experiência e plantei bem pouco do fumo de inverno, uns 2 mil que rendeu umas 24 arrobas. Se tivesse plantado mais, tinha dado uma safra melhor, porque foi bem melhor que o outro. É uma folha bem mais pesada, boa de cor e de qualidade também. A experiência foi positiva”, destaca.
Para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), a escolha de dividir a safra entre inverno e verão deve ser individual. O presidente, Carlos Joel da Silva, alerta sobre os possíveis riscos que o produtor pode vir a ter. “A safra de inverno pode não corresponder como a de verão, devido as intempéries do inverno, que se for muito forte pode computar os prejuízos com as lavouras. Sem falar que o custo de produção é elevado, então, é um risco que os produtores podem ter. Mas, é uma saída para eles elevarem sua renda utilizando a mão de obra familiar”, esclarece.
A estratégia adotada na propriedade de Anhanhaia é de sempre antecipar o plantio e, como isso, também a colheita da safra de verão. Este ano, a previsão é de iniciar o plantio na segunda quinzena de maio e a colheita deve em outubro. O objetivo é garantir um produto com mais qualidade visando driblar a falta de chuvas e evitando ir à lavoura nos dias de sol muito forte e de calor.
