Fundado em 23 de abril de 2015 com o objetivo de levar oportunidades de qualificação aos adolescentes do meio rural, sendo mais um instrumento do setor do tabaco no combate ao trabalho infantil, o Instituto Crescer Legal completa 10 anos com resultados expressivos. Sua principal iniciativa, o Programa de Aprendizagem Profissional Rural, já formou mais de mil adolescentes desde que foi implementado, em 2016.
O ineditismo do programa passa pela construção de uma metodologia própria, validada pelo Ministério do Trabalho, e que permite às empresas associadas repassarem cotas de aprendizado para adolescentes do meio rural. As atividades ocorrem no contraturno escolar e os jovens são contratados por meio da Lei da Aprendizagem, com remuneração e apoio para desenvolver seus projetos de vida sem sair de suas comunidades e sem prática na empresa.
Com carga horária de 800 horas por turma, o curso de empreendedorismo e gestão rural promovido pelo Instituto aborda temas como a identidade do jovem rural, educação financeira, cidadania temas da adolescência, engajamento comunitário e construção de projeto de vida. “É um programa que nasceu para combater o trabalho infantil no meio rural e que se consolidou como uma grande oportunidade de qualificação, renda e protagonismo para os jovens rurais”, comenta a gerente Nádia Fengler Solf, que acompanha a jornada de sucesso desde a fundação do Instituto.
Para marcar a data, o Instituto divulgou os resultados de uma pesquisa de impacto inédita, conduzida pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), referência nacional em filantropia estratégica e avaliação de projetos sociais. O estudo, realizado entre fevereiro e março de 2025, com os egressos do programa, validou a transformação promovida ao longo da última década.
DADOS QUE COMPROVAM O IMPACTO SOCIAL DA INICIATIVA
•Valorização da identidade rural: 55% dos jovens passaram a valorizar mais a cultura local e 45% passaram a valorizar mais a profissão de agricultor.
•Aumento da qualificação profissional: 80% aumentaram seus conhecimentos em empreendedorismo e gestão rural e 73% afirmaram que a qualificação recebida os ajudou a acessar novas oportunidades.
•Desenvolvimento de competências protagonistas: 71% melhoraram suas habilidades de comunicação e expressão pessoal, 65% desenvolveram o pensamento crítico, 65% se tornaram mais engajados com a comunidade e 57% se tornaram mais proativos após o Programa.
•Aumento do grau de escolaridade: 87% dos jovens participantes da pesquisa, que têm entre 14 e 26 anos, completaram o Ensino Médio ou ingressaram no Ensino Superior. 58% passaram a valorizar mais a formação escolar e mais de 49% adquiriram interesse em se formar em cursos das ciências agrárias ou licenciaturas. Além disso, 21% percebem que houve melhoras em seu desempenho escolar com a participação no Programa e 16% que houve melhoras em sua frequência à escola no período.
•Diversificação das possibilidades de atuação profissional: 40% dos egressos que residem em propriedades rurais relatam novas culturas em sua propriedade após o Programa. 74% ampliaram suas redes de parcerias, enquanto 72% passam a enxergar novas possibilidades de atuação profissional.
•Aumento da segurança financeira: um terço dos participantes relatou aumento do acesso a bens e serviços que melhoram sua qualidade de vida após o Programa, enquanto 63% percebem uma maior contribuição para a renda familiar.
•Sucessão rural sustentável propiciada: cerca de 48% dos jovens aumentaram seu interesse em ser sucessor na propriedade rural após o Programa, 49% adquiriram mais interesse em permanecer no meio rural e 49% sentem que ganharam mais voz na propriedade.
“O Instituto é uma referência em desenvolvimento social, que impacta comunidades e projeta um futuro com mais oportunidades para a juventude rural”, afirma Valmor Thesing, diretor-presidente do Instituto Crescer Legal.
“Os dados comprovam, com método e evidência, o que vínhamos percebendo na prática: o impacto do Instituto vai muito além da formação técnica. Ele promove autoestima, voz, reconhecimento e abre caminhos reais para o futuro dos jovens”, explica Nádia Fengler Solf, gerente do Instituto Crescer Legal. “Agora, o IDIS inicia a segunda etapa da pesquisa, com aprofundamento qualitativo, para entendermos as histórias por trás dos números”, comenta.
ALÉM DOS NÚMEROS
A atuação do Instituto também tem refletido em ganhos não mensuráveis diretamente, como o fortalecimento da identidade rural, a sucessão familiar sustentável e o envolvimento comunitário dos jovens. Quase 40% dos participantes relataram diversificação nas propriedades após o curso, com iniciativas ligadas à sustentabilidade, infraestrutura e inovação no campo.
“A pesquisa com jovens egressos do Programa de Aprendizagem Profissional Rural identificou impactos positivos em frentes como o acesso à renda, a diversificação produtiva e a qualificação profissional, que podem contribuir para transformações mais duradouras, de longo prazo. Além disso, os dados indicam que o Programa não só ampliou as possibilidades de atuação desses jovens no meio rural como favoreceu o interesse pela permanência no campo e pela sucessão familiar”, comenta Daniel Barretti, gerente de Monitoramento e Avaliação do IDIS.
Com reconhecimento crescente entre organizações do terceiro setor, educadores, empresas e gestores públicos, o Instituto se consolida como um modelo de transformação social, envolvendo tanto a iniciativa privada quanto parcerias com o poder público para a execução dos programas. Confira o vídeo com depoimentos de quem faz parte dessa história.