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Namorados

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Escreveu o Pr. Gerson Medeiros Leão

Passou a data, porém, creio, o assunto é válido para todo o tempo.

Dando início à nossa opinião, a seguinte pergunta é passiva de resposta, e uma resposta sincera: Namoramos, de verdade? Antecipo-me em dar meu parecer: Ontem, sim, e hoje, poucos namoram, de verdade!

Outra interrogação se faz oportuna? Por que homens e mulheres, nos dias atuais, não têm uma vida a dois duradoura, mesmo as juras de amor eterno? Adianto-me em dar meu pitaco: ou não foram instruídos, ou ignoram o ensino, ou singram num oceano com tsunâmi de modismo e proposta de nova era sem cabeça e coração… Assim, qual o resultado, ou o que vemos hoje?

No “meu tempo” de classe na Escola Municipal Eduardo Carlos Pereira, em Canguçu-RS, ouvi de um colega com apenas 10 anos, uma resposta admirável dada à professora, que lhe perguntou:

– Pedrinho! Como você conjuga o verbo namorar, no presente do indicativo?

Ele não pestanejou: – Eu namoro, tu namoras, ele namora, nós namoramos, vós namorais, eles namoram.

– Muito bem – disse a professora. E no futuro do indicativo?

– Eu casarei, tu casarás, ele casará, nós casaremos, vós casareis, eles casarão.

Rimos muito.

Mas o garoto já tinha uma boa doutrina trazida de casa, dada através dos pais que tiveram o cuidado de ensinar “coisas corretas antes de sair pra rua”…

Recordo, com gratidão, os ensinos na área amorosa, dados pelos meus pais, o que me trouxeram benefícios inúmeros e deram-me capacidade para administrar situações e também evitar  lágrimas (… não significando que tudo em nosso viver foi só flores – houveram espinhos – manifestações de imperfeição por ambas as partes… momentos em que o perdão precisou ser exercido …).

Mas, pensa como era o namoro “de antigo” (que não era questão de “antigo” – nos nossos dias dão este apelido para não sujeitarem-se ao que é moral e ético!)

Depois do brinquedo (na infância), depois do estudo (até à adolescência), depois da maior idade, depois da profissão, depois de completos os estudos de nível superior, depois da compra do terreno, depois da casa pronta, depois do ensino paterno em aliança com o ensino do pastor, do padre, do homem experiente, da mulher experiente, então, o namoro com o consentimento dos pais (que sabatinaram se o moço tinha como dar o mesmo ou melhor para a filha), o noivado (que já era promessa de casamento), e o casamento. Nada de beijo (pois o “velho” estava na sala com o rebenque na mão e os olhos bem abertos), nada de apertos, nada de ficar ou sair sozinhos, nada de “dormir na casa dele ou dela” à vista dos “compreensivos e amorosos” genitores”; antes muita conversa, muito conhecimento da família (e como os namorados comportavam-se com os seus pais em casa e com os outros parentes e amigos… se eram da mesma fé…), muito planejamento para as bodas… Não tinha essa de “não confia em mim”???

Pra quê tudo isso? Ruim, né? … tanta regra, tanto cuidado, “chá de pera”, tanto tempo… Pois é, quais os resultados no final? Maturidade. Consciência plena. Responsabilidade. Cônjuges cumpridores dos seus votos diante de Deus, das autoridades civis e eclesiásticas, diante das testemunhas e de toda a parentela! … por 20, 30, 60 anos e até à morte! Famílias bem estruturadas! Respeitadas! Modelo!

Mas tudo ficou careta… ultrapassado… antiquado… os tempos (ou as pessoas?) são outros… Pois é… Em tempos ditos modernos, quais os resultados, o que se vê e ouve hoje? Tudo o que relacionamos, ao contrário. Famílias aos pedaços! (Friso: aos pedaços!) Caso tocarmos na ”ferida”, o lar, que deve ser tal qual céu na terra, pouco existe. Lamentável! Isto é triste! O leitor sabe!

Os fatos, a situação, sugerem, à primeira vista, desânimo, no entanto, lembrando que vem gente nova atrás de nós… e outra, entendendo que omissão ou azorrague no lombo não mudará o quadro que pinta a falência total da família… e mais: embora sabendo que o processo de reversão é lento e exige persistência, constância, urge que homens e mulheres capacitados em todas as áreas da vida apliquem-se a ensinar, ensinar, ensinar (pois esta é a lei do ensino!) Se pais e outros vão educar conforme recomenda a Palavra de Deus, ou não; se os educandos vão assimilar, se vão colocar em prática o versado, ou não; já não caberá a nós  respondermos por revéses.

O ensino, o preparo e o treino nas questões relativas aos sentimentos amorosos devem-se iniciar dentro do lar e por meio de pais idôneos, com exemplos os mais louváveis, já nos primeiros anos de vida da criança, indo até à adolescência (pra não dizer pelo resto da vida deles). (Quase a totalidade dos finais desastrosos acusam o despreparo ou irresponsabilidade a partir dos genitores.)

Temos um Manual excelente que cuida deste ponto. (Pegue sua Bíblia e leia conosco.) Abra no livro de Provérbios, capítulo 22 e o verso 6a, que diz: “Ensina o menino no caminho em que deve andar …” Que caminho é este? Antes mesmo de Salomão, lá no Antigo Testamento, no livro de Deuteronômio, capítulo 6 e os versos 1 ao 25, está a resposta. A finalidade da Lei – Ordenança à obediência (vv.1-3). Primeiro a responsabilidade dos pais para com Deus: Ouvir, amar, ter no coração para depois ensinar (versos 4-6); a responsabilidade dos pais para consigo mesmo (versos 8-19); e responsabilidade dos pais para com os filhos (versos 7,20-25).

O pai escolher a futura esposa do filho? Já era, não? “Disse Sansão a seu pai: Toma-me esta, porque só desta me agrado.” (Juízes 14:3, última parte do versículo) Lembra da história deste forte? (Leia Juízes  e os capítulos 13, 14, 15 e 16). Triste fim!

Leia Gênesis 24; leia. Resumo: 1) Jugo igual (vv. 4 e 8; II Coríntios 6:14-18); 2) Concordância da família (vv.49-51); 3) Moralidade (vv.16,61,64 e 65; Provérbios 30:18 e 19); 4) Material (tenda, casa, renda) (v.67). Resultado: Amor duradouro! (v.67).

Sabemos que o homem (aqui, comum de dois) não gosta de regras, protocolos, doutrinas, leis… Mas por que estas rejeição, desobediência, rebeldia? Por causa da sua natureza caída, pecaminosa! Mesmo assim um racional deve parar, refletir e decidir se quer o melhor ou não. Quase a totalidade, pensando e até desejando o bem, age mal, contra o melhor senso, o melhor juízo, o melhor conselho.

Namorados! Precisamos entender e logo aceitar que se namorarmos fora dos padrões de santidade estabelecidos por Deus, o namoro, o noivado, o casamento vai dar errado.

Ao mesmo tempo afirmamos, não só por crer na Palavra de Deus mas por experiências pessoais e coletivas, o Senhor nosso Deus, nosso Criador, deu e dá todas as condições para termos uma vida feliz também nos termos amorosos e já no início do namoro; Ele nos capacita vencer mil tentações. Além da Graça vinda dos céus, temos instrumentos preciosos, como a Bíblia, livros, vídeos, áudios, artigos, enfim, conselheiros cheios de sabedoria baseados em estudos comprovados cientificamente. (Acerca do que mencionamos, claro fica que devemos cuidar quanto às fontes; tem muita teoria, muita cabeça vazia ou vazando malignidade, muita balela por aí…)

Por fim, dentro dos limites estabelecidos por Deus, é bom, é gostoso, é necessário, é natural namorar. E afirmamos mais que não só se deve namorar no primeiro momento, mas progressivamente no noivado e acentuadamente no casamento.

Permita que as suas paixões sejam governadas por aquEle que é AMOR e reparte com a Sua criação o Seu amor: Deus Pai!

Sejam felizes.