domingo, março 16, 2025
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Saiba quem são os alvos da operação da PF contra desvio de emendas Federal e como funcionava o esquema no Hospital Ana Nery

Operação deflagrada pela Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira, 13, cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e dois mandados de busca pessoal

A Polícia Federal (PF) deflagrou desde as primeiras horas desta quinta-feira, 13, uma operação que apura supostos desvios de emendas parlamentares destinadas ao Hospital Ana Nery (HAN), de Santa Cruz do Sul. A operação chamada EmendaFest, cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e dois mandados de busca pessoal.
Entre os alvos da operação, está um assessor do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), Lino Furtado. O esquema também envolvia o diretor administrativo e financeiro da Metroplan, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul, Cliver André Fiegenbalfm. Ambos foram afastados das funções nesta quinta-feira, por determinação Judicial.

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Com a dupla, os policiais cumpriram mandados de busca pessoal e de busca domiciliar para apreensão de aparelhos celulares e computadores. Com a investigação, foram descobertas conversas, no celular de Cliver André Fiegenbalfm, que sugere ao secretário parlamentar Lino Rogério, o envio de emendas pelo deputado federal em favor de uma unidade hospitalar, após o pagamento de vantagem indevida. Neste caso, o Hospital Ana Nery.

O esquema sob investigação

A investigação apontou ainda que o gabinete de Afonso Motta destinou ao menos R$ 1,07 milhão em emendas para a casa de saúde. Conforme a apuração, foram três emendas: uma no valor de R$ 200 mil no dia 28 de novembro de 2023; outra no valor de R$ 200 mil no dia 29 de novembro de 2023 e outra no valor de R$ 670 mil no dia 15 de janeiro de 2024. O deputado Afonso Motta sustenta que nem ele nem o gabinete foram alvos da operação da PF.

A operação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino e apurada pela PF, apontou que o grupo envolvido na irregularidade pegava para si 6% dos valores das emendas destinadas ao hospital. O dinheiro aparecia na documentação como uma “contrapartida” pela “captação de recursos”, ou seja, pela destinação da emenda.

Cumprimento das ordens judiciais
Por volta das 6h desta quinta-feira, os agentes da PF cumpriram a ordem judicial no Hospital Ana Nery e nas residências de funcionários da casa de saúde em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. As ordens judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, também foram cumpridas em Estrela, Rosário do Sul, Lajeado e Brasília.

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Nas residências de alguns dos investigados foram apreendidos mais de R$ 350 mil em espécie escondidos no teto, além de telefones celulares. A PF também trouxe detalhes da troca de mensagens entre os investigados, de como fariam a lavagem dos valores recebidos em espécie.

Em uma mensagem do dia 04 de março de 2024, um dos funcionários do hospital investigado, pede auxilio para outros dois colegas do esquema, de como seria a melhor forma para proceder na lavagem de dinheiro sem chamar atenção, já que seu salário é menor que o ganho real e que ficaria meio suspeito viver a vida apenas com dinheiro vivo.

Os investigados
Os investigados são Cliver Andre Fiegenbaum, dono da “CAF Representação e Intermediação de Negócios”; Agnaldo Machado Ferreira e Carlos Danilo Wagner, ligados à empresa e Lino Furtado, chefe de gabinete do deputado Afonso Motta; e os funcionários do Ana Nery, Celcio da Silveira Junior, Leandro Diedrich e Gilberto Antônio Gobbi.

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Hospital Ana Nery concedeu coletiva de imprensa
Em coletiva de imprensa realizada no início da tarde desta quinta-feira, após a deflagração da Operação EmendaFest, da Polícia Federal, o diretor do Hospital Ana Nery, Gilberto Gobbi, garantiu a transparência nos processos administrativos e financeiros da entidade. E se disse surpreendido com a operação.

“Fomos surpreendidos com essa operação. A Polícia Federal esteve aqui, recolhendo documentos e pendrives, que a gente prontamente entregou, porque sempre trabalhamos com a maior transparência possível sem nenhum tipo de problema, afirmou Gobbi.

Segundo ele, o hospital contratou, há cerca de três anos, uma empresa especializada na captação de recursos de parlamentares. “Não é uma exclusividade do hospital, mas também é uma prática adotada por outras instituições”, disse. A empresa recebia 6% sobre os valores captados, conforme um contrato firmado dentro da legalidade, com emissão de notas fiscais e pagamento com recursos próprios do hospital, sem utilização de verbas públicas.

Gobbi também esclareceu que as emendas parlamentares seguiam um trâmite rigoroso e que as três emendas do deputado Afonso Motta (PDT), seguiram o mesmo procedimento das demais. E ressaltou ainda que, “o hospital não compactua com irregularidades e que se alguém cometeu algo errado, com certeza será responsabilizado”, finalizou. Até o fim da tarde de quinta-feira, os funcionários do hospital seguiam trabalhando na casa de saúde.

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