Guilherme Ubatuba Teixeira
Assessor de Imprensa da Prefeitura de Vale Verde
Geralmente antes de emitir uma opinião ou ponto de vista, nos é ensinado que devemos tentar entender o que ocorre. Quando vamos realizar uma crítica a alguém ou a alguma atitude, a primeira coisa a fazer é conversar com aquela pessoa para entender se é, realmente, o que estamos pensando. Se o é, tranquilo; senão, deixamos para lá já que não se trata do que era esperado.
No entanto, a presidente da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul e defensora da causa animal, Bruna Molz (PTB), fez o contrário no último fim de semana durante uma viagem a Santo Ângelo, Bruna chamou em uma rede social de “desumanos diabólicos” motoristas que deixam cargas vivas expostas ao sol. Também disse que “você que é caminhoneiro e transporta carga viva de animais e estaciona seu caminhão no olho do sol, você é um baita de um filho da p.”, disparou Bruna. Ela apagou a postagem nesta terça-feira, dia 26.
Quais eram os motivos para que o caminhoneiro deixasse os animais no sol? Será que não havia vaga com sol? O caminhão quebrou? Ele precisava ir ao banheiro ou estava passando mal? Enfim, nada disso ela foi perguntar. Nem do carro saiu. Queria reforçar a sua própria opinião: que ele era diabólico e um filho da p.
Soa como uma inversão de valores. O trabalhador, que fica dias, semanas e até meses longe de casa, não teve o benefício da dúvida. Ele próprio sabe que, se os animais chegarem muito estressados ou com algum ferimento – seja por sua culpa ou não -, será descontado do salário dele. Então, por que deixaria os bichos no sol só para sofrer? Ele não deixaria, pois, além de ser o seu ganha pão, são seres vivos; e ele sabe disso.
Bruna no final do texto disse que “não ajuda a financiar essa tortura”. Esquece que tudo que ela e todos comem, utilizam ou vestem é transportado por um caminhoneiro. Então, devemos muito a eles. Para começar, devemos respeito.
No mínimo, ela ofendeu todos os caminhoneiros que, geralmente, não tem o benefício da dúvida. Logo são taxados de desumanos. Ofendeu, além da classe que “leva o país nas costas”, as mães dos trabalhadores. Desnecessário. Ainda mais tratando-se de uma figura pública, que recebe da população e deve prestar respeito perante a ela.
Mexeu com um, mexeu com todos.
Abaixo segue o print para que todos confiram.