sexta-feira, fevereiro 14, 2025
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Chuvas intensas e acumuladas: O que explica o fenômeno segundo o meteorologista Diulio Patrick Pereira Machado

Nos últimos sete dias, o Rio Grande do Sul foi atingido por uma série de chuvas intensas, com volumes impressionantes em diversas regiões do estado. Diulio Patrick, meteorologista da Sigma Meteorologia, explica que os acumulados de chuva atingiram números muito acima da média esperada para o período, o que gerou transtornos em várias cidades.

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De acordo com Machado, os acumulados de chuva variaram entre 400 e 500 milímetros na região metropolitana, Grande Porto Alegre; entre 400 e 600 milímetros nos vales; entre 500 e 700 milímetros na serra, com algumas estações registrando até mesmo acima de 700 milímetros. Na região central, os acumulados giraram entre 500 e 700 milímetros, o que representa 2 vezes a mais que a média para o mês todo.

O meteorologista explica que um bloqueio atmosférico no Brasil Central impediu o avanço das frentes frias em direção ao Sul do Brasil. Isso fez com que as frentes frias ficassem estacionadas sobre a região sul, favorecendo a formação e manutenção de tempestades com a contribuição do transporte de umidade e ar quente vindo da Amazônia.

“Esse bloqueio atmosférico é o responsável por fazer com que as temperaturas estejam tão altas no Brasil Central, no Sudeste, Centro-Oeste e até mesmo parte do Sul, e impede que as frentes frias avancem. Então, o que a gente teve nos últimos dias foi frentes frias que avançavam, alcançavam a altura do Rio Grande do Sul, não conseguiam avançar para o restante do Sul e Brasil e ficavam estacionadas aqui na nossa região”, explica Machado.

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Além disso, as temperaturas acima do normal no Oceano Atlântico Sul também contribuíram para intensificar as tempestades. “Essa combinação de fatores favoreceu a ocorrência de chuvas intensas e acumuladas, deixando o tempo fechado com chuva em parte do Rio Grande do Sul”, afirma o meteorologista.

Machado ressalta que eventos climáticos extremos como esse devem se tornar mais frequentes e intensos nas próximas décadas, devido ao aquecimento global, favorecendo com que os modos de variabilidade climática sejam mais acentuados. “Infelizmente, provavelmente esse seja um novo normal e os poderes públicos, as iniciativas, as forças precisam estar mais preparadas para enfrentar essas variabilidades, esses extremos climáticos que têm se tornado mais frequentes e fortes, inclusive nas estruturas e localização das nossas cidades, que algumas infelizmente estão em áreas de extremo risco, como a gente observou nesses últimos eventos”, alerta o meteorologista.

Diante desse cenário, é fundamental que a sociedade esteja preparada para lidar com eventos climáticos extremos e que medidas de adaptação e mitigação sejam implementadas para reduzir os impactos desses fenômenos.

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“Ainda é preciso investir muito em ferramentas de monitoramento e serviço meteorológico, a fim de mapear áreas de risco e conseguir agir com antecedência em ações de prevenção de perdas de vidas em eventos futuros, tendo em vista que infelizmente, ainda se tem um serviço meteorológico básico e uma população em que não é informada com antecedência na maioria das regiões, onde nem planos de evacuação se tem”.

 

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