Aos 19 anos, Murilo Bastos Toillier concluiu os estudos na Escola Curupaiti, em Vale Verde
Rosibel Fagundes
Superação é a palavra que os pais César Toillier e Claudete Bastos Toillier, usam para definir o filho Murilo, de 19 anos, portador de paralisia cerebral e cadeirante. A vitória mais recente dele aconteceu no fim do ano passado, com muito esforço e empenho, o jovem conseguiu terminar o ensino médio, e, para a mãe, ele é o orgulho da família. “Foi difícil, mas ver a alegria dele em poder terminar os estudos valeu a pena cada minuto de esforço. Cada pessoa é única, e o meu filho não é diferente”, disse, emocionada, a mãe.
Diagnosticado com paralisia cerebral ao nascer, o jovem venceu o preconceito e as limitações no corpo e na fala. Aos três anos, Murilo ingressou na EMEI Santa Izabel, e depois foi para a EMEF Professora Odette Pedreira de Mello, onde cursou o Ensino Fundamental. Segundo a mãe, embora as limitações, a vontade de frequentar a escola partiu do próprio filho, que desde criança gostava de realizar as atividades da escola.
“Desde o inicio ele não aceitou em ir para as salas de recursos oferecidas pelas escolas, preferiu ficar com os colegas, isso foi um desafio para os professores também, que tiveram que adaptar as avaliações e ai se colocou a inclusão em destaque. Ele foi muito privilegiado e tem professores que até hoje o incentivam. A parte intelectual dele é normal, tem opinião formada e sabe o que é certo e o que é errado. Todos os dias é um novo desafio, mas sempre encontramos pessoas que nos ajudam”, conta a mãe.
Com o fim dos estudos no ensino médio, o jovem que é filho único, e que reside com pais na área central de Vale Verde, tem vontade de ingressar no ensino superior, ou de fazer alguma atividade em convívio com outras pessoas, comenta Claudete.
“Antes ele frequentava a escola todos os dias de manhã e fazia as terapias no turno inverso, o que dura em média uma hora. Agora, ele segue com fisioterapia, pilates e outras, mas a maior parte do tempo fica em casa com nós. Então, gostaríamos que tivesse mais oportunidades, de quem sabe ingressar em um curso ou faculdade, de poder ter mais autonomia e se ocupar. Pois, o convívio com outras pessoas sempre é um grande aprendizado, principalmente para ele’, esclarece.
Na sala de aula, os professores afirmam que o jovem é dedicado e participativo nos estudos. O professor, Jânio Julino Weber, de Ciências Humanas, História e Geografia, afirma que o Murilo é uma pessoa especial, pela sua força de vontade e determinação.
“Ele inspira a vontade, inspira a iniciativa, inspira a alegria. Ele é um sujeito único. A intenção é tentar abrir espaço para que ele possa continuar com os estudos, para que ele possa ser contemplado, por exemplo, com uma cadeira de rodas adequada porque ele tem uma capacidade racional, para mim no meu entender, que é ótima. A maior dificuldade é a locomoção, mas isso não impede de a gente assistir com o que há hoje de novidade principalmente na área das tecnologias para que possa fazer uma adaptação ou alguma coisa que possa acrescentar para a vida dele. Ele é um menino especial, e precisa avançar um pouco mais. Acho que ele merece”, comenta.