SEGURANÇA
No domingo passado um menino de 10 anos morreu em um arroio, em Santa Cruz do Sul.
O Comandante do 6º BBM, recomenda que se evite o banho em áreas desprotegidas e desconhecidas
Rosibel Fagundes
Com a aproximação do verão e a chegada das temperaturas mais elevadas deste período, acende um alerta de que é preciso redobrar os cuidados para evitar afogamentos, principalmente de crianças e jovens. O caso mais recente de afogamento na região, ocorreu na tarde do último domingo, 10, em Santa Cruz do Sul. O menino identificado como Eliab Benjamim Prudência de Jesus, de 10 anos, desapareceu nas águas de um arroio localizado atrás do Loteamento Berçário Mãe de Deus, no Bairro Santuário, enquanto brincava com seu irmão gêmeo e mais duas crianças. Apesar de os amigos terem conseguido se salvar, Eliab não conseguiu sair a tempo e submergiu. O corpo do menino foi localizado após buscas realizadas pela Brigada Militar e pelo Corpo de Bombeiros.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), aproximadamente 15 pessoas morrem afogadas no Brasil diariamente. Os afogamentos são a primeira causa de morte de crianças de 1 a 4 anos e a terceira na faixa etária de 5 a 9 anos. A Sobrasa diz ainda que 55% das mortes na faixa de 1 a 9 anos ocorrem em residências. E, ao contrário do que as pessoas pensam, a maioria dos afogamentos não ocorre em praias de mar, mas na água doce. O motivo é que, geralmente, nesses lugares não há a presença de guarda-vidas ou pessoas qualificadas para prestar socorro.
A prevenção é a principal ferramenta para evitar esse tipo de acidente, especialmente no verão, quando piscinas, praias, rios, lagos e lagoas costumam ser utilizados com mais frequência pelas famílias, como explica o Comandante do 6º Batalhão de Bombeiros Militar (6º BBM), sediado em Santa Cruz do Sul, Tenente Ângelo Barros.
“Na água doce, muitas são as armadilhas encontradas como pedras, troncos, galhos e arames. A dica é procure locais onde tem o serviço de guarda-vidas e jamais nade sozinho, sempre acompanhado, pois numa situação de emergência, poderá solicitar socorro”, esclarece. Para quem está vendo alguém se afogar, a recomendação é buscar ajuda imediatamente e evitar entrar na água. “Jamais tente fazer o resgate, pois, se não tiver o conhecimento técnico profissional ou não tiver habilitado, poderá ser a próxima vítima. Ofereça um objeto flutuante como uma bola, um estepe de um veículo, uma corda ou galho e procure ajuda”, destaca.
Segundo Barros, as principais causas de afogamento são a imprudência, a falta de conhecimento dos locais e a falta de condicionamento físico. “Nunca passe a água o limite da cintura, pois água no umbigo é sinal de perigo. Também evite entrar na água após ingerir bebidas alcoólicas, pois álcool e água não combinam e após as refeições dê um tempo para fazer a digestão dos alimentos”, ressalta.
Com as crianças o cuidado deve ser redobrado com supervisão constante. Em piscinas certifique-se que ela possua uma grade de proteção ao seu redor, ou uma capa de proteção sobre ela e evite deixar objetos flutuantes ou brinquedos que chamam a atenção de uma criança. “Um pequeno descuido pode ser fatal. Evite usar boias e colchões infláveis que passam a falsa sensação de segurança, prefira sempre a utilização do colete, salva vidas”, esclarece.
Sobre a Operação Verão Total 2024/2025 que conta com o trabalho dos bombeiros militares e dos guarda-vidas civis temporários, em praias e balneários do litoral gaúcho e da região, ele afirmou de que a previsão é que aconteça a partir do dia 20 de dezembro, porém aguarda ainda um cronograma oficial. Na região do Vale do Rio Pardo, são cinco locais de balneários onde deverão atuar os guardas vidas: em Vale Verde, no balneário de Monte Alegre, e em Rio Pardo, nas Praias dos Ingazeiros, Porto Ferreira e Santa Vitória.
Dicas de segurança:
– Nunca nade sozinho, prefira nadar acompanhado, seja na piscina, no mar ou no rio
– Use colete salva-vidas em passeios de barco e coloque-os nas crianças na praia (ou boias de braço nelas na piscina);
– Nade em locais observados por guarda-vidas;
– Se não souber nadar, verifique a profundidade antes de entrar
– Nunca ultrapasse o limite da água na altura da cintura, principalmente em locais de profundidade desconhecida
– Nunca tente atravessar de uma margem à outra do rio
– Nunca deixe uma criança brincando na água sozinha
– Coloque cercas na piscina para evitar que uma criança entre sem acompanhamento adulto e se afogue
– Jamais tente fazer o resgate, se não tiver o conhecimento técnico profissional ou não tiver habilitado
– Evite entrar na água após ingerir bebidas alcoólicas, pois álcool e água não combinam. E após as refeições, dê um tempo para fazer a digestão dos alimentos