A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) avaliou como positiva a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de prorrogar as parcelas de investimento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para produtores de leite, soja e milho. A medida, divulgada traz um importante alívio aos agricultores gaúchos que enfrentam dificuldades devido às adversidades climáticas e à queda nos preços dos produtos.
Alívio Temporário
A prorrogação das parcelas de investimento do Pronaf é direcionada aos agricultores que têm até três anos para concluir o pagamento do financiamento, incluindo o ano de 2024. As parcelas previstas para 2024 serão prorrogadas para um ano após a última parcela do contrato, caso restem até três anos para o fim do pagamento. Se faltar mais de três anos, a parcela de 2024 será dividida entre as próximas.
A renegociação das parcelas se estenderá até 31 de maio de 2024. No entanto, é importante destacar que a prorrogação não será automática. Os produtores interessados deverão procurar a instituição financeira onde o financiamento foi contratado para solicitar a extensão do prazo.
Necessidade de Medidas Mais Abrangentes
Embora a Fetag-RS reconheça a importância da decisão do CMN, a Federação ressalta que a medida não é suficiente para resolver todos os problemas enfrentados pelos agricultores familiares. “Essa prorrogação é um alívio momentâneo, mas precisamos de soluções mais duradouras e abrangentes”, afirmou Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS.
A Federação defende uma prorrogação que inclua não apenas os investimentos, mas também os custeios, e que se estenda por um período mais longo. Além disso, a Fetag-RS continua a lutar por políticas públicas que valorizem o trabalho dos agricultores e assegurem um preço justo para seus produtos. “Os agricultores familiares são a base da nossa agricultura e precisam de apoio contínuo e consistente para superar as adversidades”, enfatizou Silva.
Desafios Constantes
Os agricultores gaúchos têm enfrentado desafios constantes, como secas severas e flutuações nos preços dos produtos agrícolas. Essas dificuldades têm impactado diretamente a capacidade de pagamento dos financiamentos contratados por meio do Pronaf. A prorrogação das parcelas de investimento é vista como um passo positivo, mas ainda insuficiente frente aos desafios enfrentados no campo.
A Fetag-RS continuará pressionando por medidas mais robustas e abrangentes, que garantam a sustentabilidade da agricultura familiar e assegurem a continuidade da produção de alimentos no estado. A Federação espera que o governo atenda às reivindicações dos agricultores e implemente políticas que fortaleçam o setor a longo prazo.
A prorrogação das parcelas do Pronaf representa um avanço, mas a Fetag-RS insiste que é necessário ir além para garantir a sobrevivência e o progresso da agricultura familiar no Rio Grande do Sul. As expectativas agora se voltam para a resposta do governo às demandas de um setor vital para a economia e a segurança alimentar do país.