domingo, março 16, 2025
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Estiagem impacta lavouras de verão no Rio Grande do Sul

A estiagem no Rio Grande do Sul, especialmente nas regiões Centro-Oeste do Estado, tem prejudicado severamente o desenvolvimento das lavouras de verão. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (23/01), a falta de chuvas afeta as áreas semeadas no início de novembro, que apresentam floração abaixo do esperado, além de queda de folhas e flores, comprometendo a produtividade.

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Nas lavouras de soja semeadas em dezembro, o não fechamento das entrelinhas tem agravado a perda de umidade do solo, devido à maior exposição ao vento e ao sol, além de facilitar a reinfestação de plantas daninhas. Regiões com solos rasos ou arenosos apresentam ainda maior mortalidade de plantas jovens devido ao enraizamento inadequado e ao desenvolvimento vegetativo aquém do esperado.

Situação regional


Embora a estiagem seja predominante no Estado, algumas áreas mais ao Leste têm registrado volumes regulares de chuvas, que permitem manter a produtividade dentro do esperado. Nas regiões elevadas do Planalto e Campos de Cima da Serra, as condições climáticas também se mostram mais favoráveis.

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Já em Santa Rosa e Soledade, o estresse hídrico é evidente. Em Santa Rosa, as lavouras de soja estão em diferentes estágios, mas o murchamento intenso das folhas ao amanhecer sinaliza a gravidade do problema. Em Soledade, as perdas podem se tornar irreversíveis se as chuvas não retornarem.

Colheitas e alternativas

No caso do milho, a colheita atingiu 28% da área projetada, com resultados acima do esperado nas lavouras irrigadas ou semeadas antes do período seco. No entanto, nas áreas tardiamente cultivadas, a estiagem já compromete a produtividade, levando os produtores a redirecionar lavouras para silagem.

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A produção de arroz, iniciada em 15 de janeiro, apresenta boa produtividade de 8.750 kg/ha, sem grandes impactos da seca. Contudo, temperaturas próximas aos 40°C em algumas localidades podem comprometer o florescimento e reduzir a qualidade da colheita.

A primeira safra de feijão está próxima da conclusão, com rendimentos variáveis de 1.600 kg/ha, dependendo das condições climáticas enfrentadas.

Fruticultura e olericultura

Na olericultura, produtores têm adaptado tecnologias para minimizar os impactos da estiagem. Na região de Lajeado, a produção de abobrinha em estufas garante colheitas de boa qualidade, enquanto a safra de milho-verde enfrenta perdas significativas nas áreas mais afetadas pela seca.

Na fruticultura, a colheita de figo segue em andamento, com produtividade reduzida devido aos alagamentos no início de 2024. A qualidade dos frutos, porém, permanece satisfatória, e os preços para o consumo de mesa chegam a R$ 15,00/kg.

Desafios e perspectivas

Com sistemas de irrigação operando regularmente, os produtores tentam mitigar os prejuízos e assegurar o desenvolvimento das culturas. No entanto, o restabelecimento da umidade é essencial, especialmente para as lavouras em estágios críticos como floração e enchimento de grãos.

A continuidade da estiagem demanda ações de manejo, como o monitoramento de pragas e doenças, além de medidas para reduzir o impacto no solo e nas plantações. A expectativa dos agricultores é de que chuvas regulares possam reverter o quadro e evitar maiores perdas.

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