domingo, dezembro 8, 2024
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Empreendedorismo, um ângulo para refletir – Breno Pires

Bom dia amigos leitores

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* Empreendedorismo, um ângulo para refletir

Com muita frequência ouve-se dizer que o Brasil é um país de empreendedores.

As elites econômicas costumam “comemorar” essa “característica” do povo brasileiro justificando, então, que só não consegue trabalho e serviço, e em consequência crescimento, prosperidade, quem não quer.

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Porém, e sempre há poréns, pelo simples hábito de desconfiar de todas as verdades absolutas, principalmente as que são apregoadas pelo topo da pirâmide econômica nacional, ou pelas estatísticas, sempre elas, a serviço dessa elite, sou obrigado a trazer um pouco de dúvidas, nem que seja pelo simples prazer da dialética, sobre essa “grande verdade”.

* O que é empreendedorismo – conceitos gerais?

Para o fim de ilustrar o meu ponto de vista (que não é só meu, obviamente) vamos adotar alguns (apenas alguns) conceitos e definições de empreendedorismo encontrados na rede, certo?

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Grosso modo, empreendedorismo é, conforme do Dr. Google, aquele que tudo sabe, “a disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e realizar projetos, serviços, negócios”, ou, também, “a inciativa de implementar novos negócios ou mudanças em empresas já existentes, geralmente com alterações que envolvem inovação e riscos”.

No site do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas, empreendedorismo é “a capacidade que uma pessoa tem de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos na criação de algo positivo para a sociedade. Pode ser um negócio, um projeto ou mesmo um movimento que gere mudanças reais e impacto no cotidiano das pessoas”.

Beleza, ficaremos com esses conceitos.

* Brasil, terra de empreendedores…

Bom, a partir dos conceitos acima, e analisando alguns dados, o Brasil é apresentado como o oitavo país do mundo em que as pessoas são mais empreendedoras, pois que mais de trinta por cento da população brasileira está envolvida com algum tipo de negócio. É pouca coisa não!

Já que mencionei o SEBRAE, destaco o que disse um dos seus diretores: “o Brasil mudou muito nos últimos anos: cresceram a renda e o nível de emprego. Por isso, hoje temos empreendedores mais qualificados, que buscam no próprio negócio a oportunidade para se desenvolver”.

Daí que, para mim, vem o xis da questão: essa alegação feita pelo diretor do SEBRAE me soa apenas como uma meia verdade.

* Empreendedorismo sob outro ângulo (ou o xis da questão)

Como dito, vejo o empreendedorismo com duas faces distintas.

A primeira é aquela do empreendedor por opção, por formação, por fomento e incentivo das mudanças que ocorrem no cenário econômico-social brasileiro, onde as pessoas, buscando diversificar as atividades econômicas e a forma de prestação de serviços, optam por empreender (no sentido ideal da palavra), inovar, investir, desenvolver projetos em termos de economia. S prepara, buscam formação e apoio, estudam e investem. É o lado virtuoso da questão.

Por outro lado, existe o empreendedor por necessidade que é aquele que, sem outra opção, ou seja, sem conseguir um emprego regular ou sem conseguir ocupar seu espaço no mercado de trabalho ou nas estruturas econômicas formais, precisa, por necessidade, garantir de alguma forma seu sustento e de sua família. Daí que se lança, muitas vezes (na maioria das vezes), ao mundo das relações econômicas de forma despreparada, desesperada até, em subempregos ou em atividades (econômicas) que, consideradas as condições ideais mínimas de um mercado, não são capazes de lhe garantir o atendimento de suas necessidades financeiras básicas. Ou será que esses trabalhadores não são considerados empreendedores? Isso sem falar dos empreendedores que, sem preparo, se lançam ao mercado econômico e em pouco tempo são alijados do mesmo face às enormes dificuldades encontradas e incompetentemente enfrentadas.

* O mundo do empreendedorismo não é fácil…

Muitos são os desafios ou as dificuldades que o empreendedorismo brasileiro enfrenta e apresenta a quem se aventura em seu mundo: alta carga tributária, burocracia, dificuldade de obtenção de crédito e de permanência no mercado, além de entraves e despreparo em áreas como inovação, marketing e vendas, gestão financeira, gestação de pessoas e capacitação profissional.

Como disse um empreendedor outro dia, durante uma entrevista na tv: ser empreendedor no Brasil é “matar um leão por dia”… Pior!

* Vale a reflexão

Então é esta a proposta de reflexão: quando ouvirmos que o brasileiro é, por essência, um empreendedor, devemos pensar, também, que muitos os são por necessidade. E são justamente esses que encontrarão enormes dificuldades no desenvolvimento de seu trabalho, muitas vezes indo para a informalidade (e de lá não conseguindo sair…).

É fácil comemorar os empreendedores que progrediram, cresceram e se desenvolveram. Mas num país como o nosso, com essa economia que chega a beirar o caótico, será que esses casos são a regra ou são a exceção? Hein? Hã?

O que o amigo leitor pensa a respeito?

Bom fim de semana e até à próxima, se Deus quiser.

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