sexta-feira, fevereiro 14, 2025
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Dom Itacir Brassiani toma posse como Bispo Diocesano de Santa Cruz do Sul

NOVO BISPO

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Celebração ocorreu na tarde do último domingo, 29, na Catedral São João Batista

Em um momento histórico para a Diocese de Santa Cruz do Sul, foi realizada na tarde deste domingo, 29 de setembro, na Catedral São João Batista: a Celebração Solene de Ordenação e Início do Ministério Episcopal do Monsenhor Itacir Brassiani. Ele é o quinto bispo diocesano na linha de sucessão apostólica da Diocese de Santa Cruz do Sul. Também passaram pela função de bispo Dom Alberto Etges, Dom Sinésio Bohn, Dom Canísio Klaus e Dom Aloísio Alberto Dilli.

A Santa Missa com rito de Ordenação e Posse, que teve início às 15h, foi presidida pelo Arcebispo de Santa Maria e presidente do Regional Sul 3, Dom Leomar Brustolin. Os coordenantes foram Dom Aloísio Alberto Dilli OFM, Bispo Emérito de Santa Cruz do Sul (2016-2024), e Dom Guilherme Antônio Werlang MSF, Bispo Diocesano de Lages (SC).

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Familiares, amigos, padres, diáconos, seminaristas, religiosos(as) e leigos(as) de toda a Diocese de Santa Cruz do Sul e de outras Igrejas Particulares, além de autoridades, participaram da cerimônia. A presença marcante foi das caravanas das paróquias provenientes das cidades de Santo Ângelo, Passo Fundo, São José do Herval, Anchieta e Chapecó, pelas quais Monsenhor Itacir passou durante seu ministério sacerdotal. Entre os que vieram de longe para acompanhar a celebração, também estava a mãe de Dom Itacir, a senhora Gema Brassiani, de 91 anos, que viajou de Blumenau acompanhada dos filhos Ivanildo e Isete e de outros familiares.  Representando a Congregação dos Missionários da Sagrada Família, na América Latina, esteve o vice- Superior Provincial, padre Fernando Ibanêz, que veio de Santiago, no Chile.

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A cerimônia de ordenação teve início com os ritos iniciais, seguidos pela liturgia da palavra, que abrange as leituras e o evangelho. Após a proclamação do Evangelho, iniciou-se o rito de ordenação, quando Monsenhor Itacir foi conduzido à presença de Dom Leomar pelos presbíteros assistentes, padres Leandro José Lopes e Rafael Henrique Toillier.

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Na oportunidade, foi realizada a leitura das Letras Apostólicas por meio da Bula Papal autorizando a Ordenação Episcopal. Continuando a cerimônia, Dom Leomar proferiu a homilia, e citou uma frase de Dom Paulo Moretto, de quando ele foi escolhido bispo. “Ele olhou para mim e disse: Tu não tens todas as graças, mas receberá cada uma na hora necessária, quando for preciso para governar. Por isso, se tem uma palavra que gostaria de lembrar para vocês, não tenhas medo! Não é obra nossa, você só vai receber, é graça, é absolutamente graça. Apenas o seu Sim, é uma graça”, considerou.

Em seguida, deu-se continuidade ao rito de ordenação, durante o qual foi entoada a ladainha de todos os santos, preparando o ambiente para o momento crucial: a imposição das mãos pelos bispos presentes e a oração de ordenação, conferindo ao Monsenhor Itacir o dom do Espírito Santo para sua missão como bispo. Durante essa oração, o livro dos evangelhos foi colocado sobre a cabeça do Monsenhor, simbolizando a centralidade da pregação da Palavra de Deus em seu ministério. Depois, sua cabeça foi ungida com o óleo do crisma, simbolizando a especial participação no sacerdócio de Cristo. O anel foi colocado em seu dedo como sinal de sua fidelidade à Igreja, enquanto a Mitra (espécie de chapéu) representa a busca pela santidade. O cajado, ou báculo de pastor, foi entregue a ele, simbolizando sua missão de guiar a diocese.

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A cerimônia prosseguiu com a posse, na qual Dom Leomar conduziu Dom Itacir até a Cátedra, a cadeira principal, onde foi acolhido no Colégio dos Bispos, simbolizado pelo abraço da paz dos bispos presentes. Depois de empossado, Dom Itacir assumiu a presidência da Celebração Eucarística e abençoou a congregação pela primeira vez, enquanto o hino “Te Deum” era entoado.

O lema episcopal escolhido por Dom Itacir para seu ministério é “Guiados pelo Evangelho da Cruz” (Cf. 1Cor 1,17-25). Durante sua fala, ao final da Celebração, o novo bispo agradeceu a presença das autoridades religiosas, civis, saudou toda a comunidade, familiares e amigos de caminhada. Para começar, citou os ensinamentos de Santo Agostinho. “Há duas coisas a considerar em nós: uma, que somos cristãos; outra, que somos bispos. Por sermos bispos, somos contados entre os pastores, se formos bons. Por sermos cristãos, também somos ovelhas, e é uma grande felicidade ser parte do rebanho de Deus”, afirmou.

Dom Itacir também fez um pedido. “Permitam-me que eu participe da vida de vocês, da vida pastoral da Diocese de Santa Cruz do Sul.  Possivelmente ninguém de vocês tenha me escolhido bispo dessa diocese, eu também não escolhi ser bispo.  Mas, na caminhada de fé, significa caminhar juntos como irmãos e irmãs. E como dizia Francisco, pobrezinho de Assis, irmãos e irmãs, a gente não escolhe. Deus nos dá de presente, e a gente não recusa, sempre agradece. Por isso, eu acolho vocês como meus irmãos e irmãs, como meu Povo. Peço que vocês me acolham como um irmão que vem de fora e que quer se tornar gente de casa”, considerou.

Bispo Emérito

O Bispo Emérito, Dom Aloísio Alberto Dilli, que esteve a frente da Diocese de Santa Cruz do Sul nos últimos oito anos, deu boas-vindas ao novo bispo. “Eu o saúdo com o coração cheio de gratidão. Obrigada pelo seu generoso ‘sim’ ao chamado de Deus para exercer o Ministério Episcopal na Diocese de Santa Cruz do Sul. Conte com nossa oração e apoio e torne-se, com a graça divina, o bispo que a diocese necessita, neste momento de sua história. Agora você não é mais nosso ‘hóspede’, mas um dos nossos, como irmão-bispo e pai espiritual, em nome do Senhor e de sua Igreja. Pode estender sua mão e vamos caminhar juntos, ‘Guiados pelo Evangelho da Cruz”, disse.

Ele falou sobre missão episcopal de anunciar a Palavra de Deus, de ser profeta e enfatizou, que o Ministério Episcopal é o dom de Deus, com o qual colaboramos com maior ou menor fidelidade, segundo nossa condição humana, tão necessitada da graça divina e da ajuda dos irmãos e irmãs. “Perdão se não correspondi sempre à graça de Deus e à necessidade dos irmãos, mesmo querendo acertar. Obrigada a todos, o Senhor vos recompense e abençoe”, finalizou.

A Missa, com três horas de duração, foi transmitida ao vivo pelo Facebook e YouTube da Diocese de Santa Cruz do Sul e pelo Facebook do Regional Sul 3.

Nomeação

Em 21 de junho de 2024, Monsenhor Itacir foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo diocesano da Diocese de Santa Cruz do Sul, após o Santo Padre ter aceito o pedido de renúncia ao governo pastoral apresentado por Dom Aloísio Alberto Dilli, OFM, que havia completado 75 anos em junho do ano passado — idade limite para exercer o ministério episcopal.

COLETIVA DE IMPRENSA

Um dia após a cerimônia de Ordenação Episcopal e Posse Canônica de Dom Itacir Brassiani, realizada na Catedral São João Batista, aconteceu na manhã de segunda-feira, 30, na Cúria Diocesana, uma coletiva de imprensa com o bispo diocesano, Dom Itacir e o bispo emérito, Dom Aloísio Dilli.

O novo bispo ressaltou que após conhecer as diversas iniciativas e organismos que anima a pastoral da diocese, pretende visitar as paróquias. “Eu quero ir de encontro, conhecer o chão onde essa diocese está presente. Pretendo começar a visitar as paróquias mais distantes para que eu chegue até elas, depois irei nas mais próximas. É o meu desejo pessoal. Vou para conhecer, ver e ouvir as pessoas”, disse.

Ele também falou sobre os desafios de aproximar mais os jovens da Igreja. “Não é só trazer a juventude para o espaço físico da igreja ou para a caminhada espiritual da igreja, mas é levar a igreja para interagir com a juventude onde ela está, no meio universitário, escolar, no trabalho, na região onde vive. É um movimento duplo. Como o papa Francisco diz: não se trata só de chamar gente para a igreja, é movimento duplo. Como o papa Francisco diz: não se trata só de chamar gente para a igreja, é chamar a igreja para ir às gentes”, esclareceu.

O bispo emérito, Dom Aloísio Alberto Dilli, destacou que deverá permanecer na diocese, a pedido de Dom Itacir, para dar continuidade na missão evangelizadora. “Vamos continuar a seguir e colaborando junto com a diocese. Sempre desejei retornar para a família franciscana, porém agora, atendendo a um pedido de Dom Itacir, eu deverei permanecer por aqui por mais um tempo. Pois, se eu posso evangelizar de alguma forma, então eu gostaria de participar desse processo”, afirmou.

Báculo: simbolismo que vem da enchente

Durante a coletiva de imprensa, o novo bispo revelou uma curiosidade sobre o báculo (cajado), que juntamente com o anel e a mitra – insígnias episcopais – foram entregues, solenemente, durante o rito de ordenação episcopal. Parte do báculo, foi feito com madeira da enchente de Arroio do Meio, da Capela do bairro Tiradentes. “Fiquei me perguntando o que a enchente pedia de mim. Ao ver a destruição não só no meu ambiente eclesiástico, o arrasamento de pessoas, surgiu a ideia do báculo como sinal do pastoreio, que traz presente essa tragédia que não vai acabar com a realocação das pessoas e vai ficar na memória e na alma de muitas gerações. Na paróquia de Arroio de Meio, na parte devastada da cidade, numa capela destruída pela enchente, parte do báculo foi feita com madeira de lá”, explicou ele, remetendo à firmeza e resistência dessa madeira representada no pastoreio”, esclareceu.

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