Manifestação cobrou medidas de apoio do governo federal ao setor, que foi afetado pela enchente
Rosibel Fagundes
O tratoraço do movimento Agro SOS reuniu mais de 3 mil produtores e pecuaristas do estado, na última quinta-feira, 08, em Porto Alegre. Além de 60 ônibus, mais de 320 tratores foram usados pelos agricultores para a mobilização. O ato organizado pelo Movimento SOS Agro RS foi realizado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, com a presença do Governador Eduardo Leite.
A cobrança de apoio aos produtores gaúchos é fomentada pela publicação da Medida Provisória (MP), no dia 31 de julho, que acena ajuda aos agricultores que sofreram prejuízos financeiros após a tragédia climática. O documento ficou aquém do esperado pelos produtores e por entidades representativas, como a Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Durante o discurso, o governador Eduardo Leite, afirmou que o movimento não é partidário e cobrou soluções por parte do governo federal para a recuperação do setor agropecuário no Rio Grande do Sul, considerando que as medidas anunciadas até agora são insuficientes para atender às demandas apresentadas pelo segmento.
“Quanto mais o Rio Grande do Sul vai bem, mais o Brasil vai bem. Essa medida provisória nem de longe vai atender às demandas. Brasília tem optado sempre pelo caminho mais complicado. As regras são tão difíceis, burocratizadas, engessadas, que fica difícil acessar os recursos”, afirmou.
Ele reforçou que o setor foi duramente atingido pelas enchentes de abril e maio e pelas estiagens que acometeram o Estado nos últimos anos, e criticou a disparidade existente entre o Sul e outras regiões do país em termos de políticas de incentivo criadas pelo governo federal.
“O tratamento que é dado ao Sul do Brasil, e especialmente ao Rio Grande do Sul, é desleal do ponto de vista federativo e está desequilibrado por demais. Não estamos lutando para tirar recursos das outras regiões, mas, sim, por um tratamento adequado ao Rio Grande, mais ainda diante das calamidades que temos enfrentado”, disse.
A abertura do evento também contou com a presença do vice-governador Gabriel Souza, do secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn, dos secretários de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini; de Desenvolvimento Social, Beto Fantinel; e de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo; além de representantes de diversas entidades do setor produtivo.
A movimentação se estendeu ao longo da tarde. Logo após o meio-dia, os manifestantes se deslocaram até a sede do Ministério da Agricultura no RS. Uma carta foi entregue. As principais demandas do segmento junto ao governo federal são a prorrogação das dívidas por 15 anos, com carência de três anos e juros de 3% ao ano; e crédito para reconstrução, reinvestimento e capital de giro nas propriedades. O movimento também manifestou frustração com a Medida Provisória 1247, publicada na última semana, que trouxe medidas de apoio ao setor produtivo. A MP ainda depende de um decreto para regulamentação. A publicação no Diário Oficial da União foi prometida para os próximos dias.
Mobilização em Taquari Mirim. Veja mais em: https://fb.watch/tRPDD9z_q-/