Agricultor e responsável pela página dos Fumicultores do Brasil, Giovani Weber, fala dos desafios dos produtores na região
Rosibel Fagundes
A semana foi de muito trabalho para os produtores de tabaco da região. Após um longo período de chuvas, com excesso de umidade e falta de sol, que prejudicaram o bom desenvolvimento das plantas, muitos iniciaram o plantio somente nesta semana, com as condições climáticas mais favoráveis. É o caso do agricultor e responsável pela página dos Fumicultores do Brasil, Giovani Weber, que reside no interior de Santa Cruz do Sul. Ele fala dos desafios dos produtores da região nesta safra e comenta sobre a situação em sua propriedade.
Weber, assim como muitos agricultores, optou por atrasar o transplante das mudas pelo fato de o solo estar encharcado, o que poderia resultar no apodrecimento das plantas. Segundo ele, o ano atípico com longos períodos de chuvas atrasou não somente os serviços nas lavouras, mas também refletiu diretamente nos canteiros. “A muda embora que estivesse protegida, recebeu pouca luminosidade com dias mais curtos e agora o no mês de julho com vários dias frios e com cerração até o meio da manhã, recebeu poucas de sol o que é fundamental para seu desenvolvimento”, esclarece.
Com 90 dias de semeadura, ele começou o plantio somente na segunda-feira, 22. “Semeamos este ano, três dias mais cedo que a safra passada. Porém, começamos a plantar somente nesta semana. Estamos atrasados três semanas se compararmos com a safra passada, que iniciamos em 29 de junho. Isso reflete automaticamente no final da safra”, afirma.
Conforme ele, controlar a produção de tabaco ajuda a evitar que as doenças se instalem no canteiro. “Uma boa muda é fundamental para iniciar a safra. Com o período bastante chuvoso, as plantas tiveram menor incidência do sol e o cuidado para evitar doenças deve redobrado com o uso de defensivos e a orientação de um agrônomo. Para evitar o surgimento de bactérias, o ideal é evitar as bandejas de isopor e optar pelas feitas de plástico, menos suscetíveis a carregar a doença”, esclarece.
Com um inverno suscetível as geadas e excesso de umidade que vem desde o outono, os produtores que anteciparam o plantio correram o risco, de perder as mudas por doenças relacionadas ao clima úmido, ou pela geada, fatores que podem ser determinantes na cor e o peso do tabaco, ressalta. “Tem lavouras nos três estados do Sul do país que a geada terminou com a lavoura ou prejudicou bastante, e algumas exceções as lavouras estão intactas. Porém, tiveram que colher o tabaco agora, em um processo de dias curtos, com muita umidade e dias frios também. A questão é como vai se comportar a cor e peso desse tabaco? Isso o produtor vai descobrir somente na sequência”, explica.
O caminho para uma boa safra, segundo ele, é sempre planejar as atividades no campo e adotar boas práticas no plantio. “As consequências do clima, que são visíveis na folha, indicam que tendem a acontecer uma redução na safra, pois a planta precisa de sol para se desenvolver e sem luz, não há temperatura adequada”, finaliza.