Boa tarde amigos leitores.
* Maratona Internacional de Porto Alegre
Este fim de semana ocorre a 40ª (leia-se quadragésima) Maratona da Cidade de Porto Alegre. Amanhã, sábado, têm as provas de 5 km, 10km e a Meia-maratona; no domingo, a prova principal da Maratona com 42,192 km. Mais de 25.000 atletas de quase todos os estados brasileiros e de mais de 20 países estão inscritos para as provas, entre eles eu, juntamente com mais cinco corredores aqui do Vale Verde.
É uma das maratonas mais tradicionais do Brasil, sendo o maior evento de atletismo da capital da gaúcha. É a maratona mais antiga do país.
Esta prova é organizada pelo CORPA – Clube dos Corredores de Porto Alegre. Aqui nós temos o COVA – Corredores do Vale, daí que nosso slogan é “Com os pés no COVA”, ahahahahahhaha (brincadeirinha).
* Eu estarei lá
Siiiim! Por incrível que pareça, eu, corredor amador (muito amador) do alto de meus quase sessenta e dois bem vividos aninhos, estarei competindo no sábado na prova da meia-maratona, em um percurso de 21.097 metros… Pois é, mais de vinte e um quilômetros! Serei um dos mais de vinte e cinco mil atletas presentes.
Corro, no sentido de prática de esporte, kkk, desde os tempos da faculdade, mas nunca pensei que neste momento da vida eu me arriscaria em uma prova relativamente longa e exigente, tanto física quanto emocionalmente, como essa. Na verdade, nunca pensei como seria chegar nesse momento da vida, com sessenta e poucos anos de idade (teve um momento que achei que a juventude seria eterna… mas isso é assunto para outra coluna…).
Comecei a amadurecer a ideia de competir quando comecei a correr com a turma aqui do Vale Verde, pois alguns dos colegas ali costumam competir em provas de 5, 10 e 15 quilômetros. Daí até pensar e querer participar da meia-maratona foi um vu.
* “Preparação”
A partir do momento em que estabelecemos como meta participar da meia-maratona de Porto Alegre, meta que se tornou mais concreta a partir da inscrição na prova, há uns três meses, começamos um período de preparação. Alguns de nós, do grupo aqui do Vale, se prepararam de forma mais técnica e consistente, seguindo planilhas de treinamento, e outros de forma mais “amadora”, seguindo o fluxo, o bom senso e o conhecimento médio… Foi o meu caso!
O primeiro passo foi eu me informar sobre as necessidades de um corredor iniciante. Feito isso, a consequência lógica foi que minhas rotinas sofreram uma pequena alteração.
Comecei a correr regularmente. Parece meio óbvio, certo? Mas é isso mesmo: duas a três corridas durante a semana, em distâncias médias, com ritmos variados, e uma corrida dita “longão” (que variava de 10 km a 18km). Após essas corridinhas longas, sempre uma “corridinha regenerativa”, em distâncias menores, tipo 4 km, e em ritmo mais lento, para pôr o corpo véio no lugar.
Procurei reforçar a musculatura, afinal, uma coisa é correr por passatempo, outra, correr regularmente com diferentes níveis de esforço e distâncias. Para isso, o caminho óbvio foi procurar uma academia de ginástica e musculação: bora alongar, puxar ferro, esticar, contrair…
O terceiro elemento da minha preparação (sumária) foi a alimentação: balancear carboidratos com proteínas, aumentar o nível de hidratação (beber mais água, kkkk, mas também hidratantes) e consumir regularmente alguns complementos alimentares. Ah, e virei quase que um lagarto: ovo de manhã, no meio da manhã, no meio da tarde, à noite, ahahahahah.
* Tenho expectativas?
Claro que tenho!
Sei que essa prova é uma competição, ou seja, o objetivo é fazê-la no menor tempo possível e chegar na frete dos outros corredores. Mas…
Considerando que é minha primeira competição desde os tempos da faculdade e que minha preparação foi bastante superficial, a minha principal expectativa é concluir de forma satisfatória a prova, isto é, sem lesão ou esforço demasiado, ocupando ali o meio do pelotão dos corredores amadores. Se isso ocorrer, penso que meu objetivo plenamente alcançado. Não sei quantos corredores estão na minha categoria – 60-65 anos, mas chegar no meio deles será ótimo.
Meus colegas de corrida aqui do Vale também têm suas expectativas.
Para a Isabela Gusmão, Técnica de Enfermagem, o destaque é a emoção de participar de uma corrida de grande porte como a meia-maratona de Porto Alegre. “Me sinto privilegiada, pois foi em Porto Alegre que corri minha primeira meia-maratona em 2008”, me diz Isabela.
Antônio “Guga” Nunes, Secretário de Assistência Social aqui do Vale, diz que nunca foi em um evento dessa magnitude e destaca que o número de participantes é várias vezes maior que a população total de Vale Verde. Me diz o Guga: “fico só imaginando a energia que estará nesse dia, a emoção que será esse momento inesquecível…”.
Por fim, a Claudete Bastos Toillier, consultora Mary Kay, sorri ao dizer que nem consegue acreditar que vai participar de um evento tão maravilhoso quanto esse. A sua expectativa é “realizar o percurso com sucesso e sem lesão, e conseguir sentir a energia de todas as pessoas que estarão lá”…
Na prova dos 10k, temos o colega José Alcides Machado, servidor municipal, que a seu ritmo também se preparou para esse dia de desafio.
Como visto, todas nossas expectativas estão muito próximas. Pódio para algum? Não acredito, e com certeza é, neste momento, o menos importante.
* Correr…
Independentemente de qualquer competição, a prática da corrida como esporte ou lazer é, sem dúvida, um dos melhores instrumentos para a obtenção e manutenção de uma qualidade de vida. São inúmeros os benefícios diretos e indiretos que a corrida nos traz, tudo cientificamente comprovado (importante para aqueles que acreditam na ciência, claro).
Muito mais do que querer ser um atleta de competição, hoje eu corro pela qualidade de vida e pelo prazer de conviver com pessoas que comungam desse mesmo objetivo: usufruir de uma vida saudável e envelhecer com qualidade. Esse é o principal laço que nos une.
É assunto que não se esgota.
Voltaremos!!!
Bom fim de semana e até à próxima, se Deus quiser.
PS: semana que vem compartilho a experiência com os amigos leitores.
